Oi, internautas. Eu sou a Gilma. A lei do feminicídio é uma ruptura democrática
Oi, internautas. Eu sou a Gilma. Quem mandou eu ir ao programa da Ana Maria Braga? Agora todo mundo quer fazer panelaço de impeachment também. Não pode. Meu marqueteiro mandou dizer que eu não aceito a ruptura democrática. Eu não sei o que é isso, mas com o meu marqueteiro eu não rompo de jeito nenhum. Não sou de falar […]
Oi, internautas. Eu sou a Gilma.
Quem mandou eu ir ao programa da Ana Maria Braga? Agora todo mundo quer fazer panelaço de impeachment também.
Não pode. Meu marqueteiro mandou dizer que eu não aceito a ruptura democrática.
Eu não sei o que é isso, mas com o meu marqueteiro eu não rompo de jeito nenhum.
Não sou de falar espontaneamente. Mas vou contar uma coisa pr’ocês mulheres.
Sancionei a lei do feminicídio. Isso quer dizer o quê?
Quer dizer que, enquanto ocês vivem, eu garanto a ocês inflação em alta, aumento de impostos, luz e gasolina caras, índice elevado de desemprego, queda do PIB, nenhuma credibilidade internacional, perda de confiança de investidores e consumidores, além de interromper a programação de domingo na TV chamando ocês de “minhas iguais”.
Maaaaaaaaaaaaaaaaasssss…
…se alguém matar ocês, ah, aí ocês podem ficar tranquilas. Ocês não se preocupem.
Eu man-do in-ves-ti-gar. Eu mando prender o assassino d’ocês por crime hediondo. Nem 10% dos homicídios no Brasil são solucionados, mas eu garanto que o de ocês vai sê, porque eu não admito o… como é mesmo?… femi… fenimi… femini… feminicídio! Isso.
No meu governo, a sujeira não é varrida para debaixo do tapete, como no governo passado. Quer dizer: retrasado. Passado do retrasado, para ser mais exata.
Para debaixo do tapete, eu só varro os meus 152 mil reais em espécie que eu guardo em casa. Para debaixo do tapete, meu partido só varre 300 milhões de dólares da maior estatal do país.
Então ocês deixam comigo.
Depois da morte d’ocês, eu cuido de tudo, tá bão? Vai ser uma… como é mesmo?… rup… rup… urra!… quer dizer: ruptura! Isso. Vai ser uma ruptura superdemocrática.
Porque mais que nunca – ah, chegou minha colinha – é hora de acreditar em nosso futuro.
De sonhar. De ter fé e esperança.
Viva a mulher morta brasileira!
Viva o povo brasileiro.
Viva o Brasil!
Eu sou a Gilma. Obrigada e boa noite.
Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil
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