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Lava Jato assombra PT com fantasma de Celso Daniel

Operação prende empresário pago para não implicar Lula na morte do prefeito

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 30 jul 2020, 23h07 - Publicado em 1 abr 2016, 11h30
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Bumlai e Lula: velha amizade

O fantasma de Celso Daniel volta a rondar o PT.

A 27ª fase da Lava Jato, batizada de Carbono 14, traz à tona o caso do assassinato do prefeito petista de Santo André (SP) em 2002 e a ligação umbilical do mensalão com o petrolão.

Deflagrada na manhã desta sexta-feira (1/4), a operação é um desdobramento da investigação do empréstimo de R$ 12 milhões do banco Schahin a José Carlos Bumlai, amigão de Lula.

Do valor total emprestado, pelo menos R$ 6 milhões tiveram como destino o empresário Ronan Maria Pinto, de Santo André, ligado ao antigo prefeito.

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Conforme revelou VEJA anos atrás, o publicitário e operador do mensalão Marcos Valério contou que Ronan estava chantageando o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, para não envolver seu nome, o de Lula e o do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, na morte de Celso Daniel e nas suspeitas de corrupção na cidade paulista que a teriam motivado.

Em dezembro de 2012, Valério afirmou que Bumlai havia repassado dinheiro ao empresário para comprar seu silêncio.

A Lava Jato por enquanto investiga o esquema de lavagem dos R$ 6 milhões “provenientes do crime de gestão fraudulenta do Banco Schahin, cujo prejuízo foi posteriormente suportado pela Petrobrás”.

A operação indica que Ronan lavou o dinheiro recebido de Bumlai na compra do Jornal Diário do Grande ABC.

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“Como ressaltou a decisão que decretou as medidas cautelares, ‘a fiar-se no depoimento dos colaboradores e do confesso José Carlos Bumlai, os valores foram pagos a Ronan Maria Pinto por solicitação do Partido dos Trabalhadores’. Para fazer os recursos chegarem ao destinatário final, foi arquitetado um esquema de lavagem de capitais, envolvendo Ronan, pessoas ligadas ao Partido dos Trabalhadores e terceiros envolvidos na operacionalização da lavagem do dinheiro proveniente do crime contra o sistema financeiro nacional”, aponta a força-tarefa.

“Em suma, há provas que apontam para o fato de que a operacionalização do esquema se deu, inicialmente, por intermédio da transferência dos valores de Bumlai para o Frigorífico Bertin, que, por sua vez, repassou a quantia de aproximadamente R$ 6 milhões a um empresário do Rio de Janeiro envolvido no esquema”.

(O grupo Bertin foi alvo de busca e apreensão da Carbono 14. Natalino Bertin é parceiro de Bumlai em diversas operações.)

“Há evidências de que este empresário carioca realizou transferências diretas para a Expresso Nova Santo André, empresa de ônibus controlada por Ronan Maria Pinto, além de outras pessoas físicas e jurídicas indicadas pelo empresário para recebimento de valores.

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Dentre as pessoas indicadas para recebimento dos valores por Ronan, estava o então acionista controlador do Jornal Diário do Grande ABC, que recebeu R$ 210 mil em 9 de novembro de 2004.

Na época, o controle acionário do periódico estava sendo vendido a Ronan Maria Pinto em parcelas de R$ 210 mil. Suspeita-se que uma parte das ações foi adquirida com o dinheiro proveniente do Banco Schahin. Uma das estratégias usadas para conferir aparência legítima às transferências espúrias dos valores foi a realização de um contrato de mútuo simulado, o qual havia sido apreendido em fase anterior da Operação Lava Jato.”

Em delação premiada, o empresário Salim Schahin disse que Bumlai pediu os R$ 12 milhões em nome do PT e que a negociação estava vinculada à escolha do grupo Schahin para operar um navio-sonda em contrato com a Petrobras, o que aconteceu em 2009.

Em resumo: o PT deu contrato com a Petrobras ao grupo Shahin para compensar o adiantamento recebido para comprar o silêncio de Ronan.

“O mútuo, na realidade, tinha por finalidade a ‘quitação’ de dívidas do Partido dos Trabalhadores (PT) e foi pago por intermédio da contratação fraudulenta da Schahin como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, pela Petrobrás, em 2009, ao custo de US$ 1,6 bilhão. Esses fatos já haviam sido objeto de acusação formal, sendo agora foco de uma nova frente investigatória”, sustenta a força-tarefa em nota.

Alvos da Carbono 14
Ronan, hoje dono do Diário do Grande ABC, e o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira, ligado a José Dirceu, foram presos nesta sexta.

Silvio Pereira é aquele que, no petrolão, ganhou uma Land Rover da empreiteira baiana GDK e ficou conhecido como Silvinho Land Rover.

O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o jornalista Breno Altman foram conduzidos coercitivamente.

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Delúbio Soares é o mensaleiro condenado a seis anos e oito meses de prisão, que teve perdão de pena concedido no último dia 10 de março – adivinhe por quem – pelo ministro do STF Luís Roberto “Minha Posição” Barroso, claro.

Breno Altman é colaborador do Brasil 247 e diretor do Opera Mundi, dois portais petistas financiados com dinheiro de publicidade federal de estatais controladas pelo PT. Em 2014, por exemplo, o 247 recebeu R$ 1,47 milhão e o Opera Mundi, R$ 684 mil.

Dirceu breno

José Dirceu e seu faz-tudo Breno Altman: velha amizade

O próximo passo da Lava Jato poderá ser ouvir Marcos Valério, que denunciou o esquema aparentemente montado por todos eles.

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A operação ainda quer confirmar se os R$ 6 milhões recebidos por Ronan estão relacionados ao assassinato de Celso Daniel, o que poderá levar à reabertura do caso.

Ainda está em tempo, também, de rever o mensalão para apontar seu verdadeiro chefe.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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