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Felipe Moura Brasil

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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".

Crivella x Freixo, à luz de Roberto Jefferson e Olavo de Carvalho: confira o embate no trato com bandidos

"Todo preso de pior qualificação tem a proteção do PSOL", diz delator do mensalão

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 30 jul 2020, 21h33 - Publicado em 18 out 2016, 12h25

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1.

– VEJA: “Após críticas, Freixo retira de programa promessa de revisar IPTU”. A “desfreixização” de Marcelo Freixo no desespero é mesmo hilariante.

– Freixo: “Não mudamos nossa opinião. O trecho que retiramos estava sendo mal interpretado.” Ele recua e ainda bota a culpa na leitura alheia.

– Freixo: “Não queremos aumentar impostos. Muito pelo contrário.” Aham, Freixo, senta lá. Só falta distribuir nariz de palhaço ao povo do Rio.

– Quando programa de socialista fala em “atualizar” e “rever”, é aumentar imposto. Eufemismo é para enganar e, se não colar, dizer “muito pelo contrário”.

– Freixo: “O que nós queremos é uma política de justiça fiscal que garanta justiça social”. Quando socialista fala em “justiça”, esconda sua carteira.

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– O PT subiu ao poder prometendo “justiça social”. É como políticos convencem gente incauta a deixar mais dinheiro sob controle deles, em nome dos pobres.

– Eu antecipei o processo de “desfreixização” de “Freixinho Paz e Amor” porque conheço socialistas. Fazem o diabo quando é a hora da eleição.

2.

Roberto Jefferson, delator do mensalão em 2005 e hoje presidente do PTB, resumiu no programa Jovem Pan Morning Show desta terça-feira (18) a natureza moral do embate entre Marcelo Crivella (PRB) e Marcelo Freixo (PSOL) em relação ao posicionamento sobre a criminalidade.

Transcrevo e comento em seguida. Assista ao trecho (íntegra aqui).

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“O PSOL é o lado ruim da cadeia. Lá no Rio de Janeiro, todo preso de pior qualificação tem a proteção do PSOL. É uma coisa interessante. O cara que cria problema, que peita a administração, que acua o guarda… Porque o PSOL… Se o cara fizer qualquer coisa – bota celular pra dentro, picha o muro da cadeia, foge da cadeia – tem a proteção do PSOL. O PSOL fica sempre do lado negativo da cadeia. Uma ONG de advogados do PSOL que vai lá e domina a cadeia no lado negativo. E do lado positivo, a igreja de maior presença, de maior força, é a Igreja Universal.

O embate que tá na rua no Rio é engraçadíssimo: eu vi na prisão. É a palavra da bíblia, a palavra de Deus, a palavra da redenção do homem; contra aquela pregação: ‘A lei é feita por quem quer explorar você! Você tá aqui na cadeia porque essa elite burguesa fez uma lei que te condenou! Você tem que se rebelar a isso!’”

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Este embate resumido de improviso por Roberto Jefferson no rádio foi devidamente expressado e explicado pelo filósofo Olavo de Carvalho dez anos atrás, em artigo de 2006 (já citado neste blog no texto “O vale-crime de Francisco Bosco“, não por acaso apoiador de Freixo).

Relembro as palavras precisas do autor do nosso “O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota”:

“Na escala individual a pobreza só pode ser justificação direta e determinante do crime em exemplos excepcionais e raros – tão excepcionais e raros, na verdade, que em todo país civilizado a lei os isenta da qualificação mesma de crimes. São os chamados ‘crimes famélicos’ – o desnutrido que rouba um frango, ou o pai sem tostão que furta um remédio para dar ao filho doente. Em todos os demais casos, a pobreza, se está presente, é um elemento motivacional que, para produzir o crime, tem de se combinar com uma multidão de outros, de ordem cultural e psicológica, entre os quais, é claro, a persuasão pessoal de que delinquir é a coisa mais vantajosa a fazer nas circunstâncias dadas.

Quando o hábito da delinquência se espalha rapidamente numa ampla faixa populacional, é claro que, antes dele, essa persuasão se tornou crença geral nesse meio, reforçando-se à medida que as vantagens esperadas eram confirmadas pela experiência e pelo falatório. Ora, é de conhecimento público que, entre a mesma população pobre, por exemplo das favelas cariocas ou da periferia paulistana, duas crenças opostas se disseminaram concorrentemente nas últimas três décadas: de um lado, o apelo do crime; de outro, a fé evangélica. Numa população uniformemente pobre, o número de evangélicos praticantes que delinquem é irrisório. Basta esse fato para provar que a correlação entre pobreza e crime é uma fraude, um sofisma estatístico da espécie mais intoleravelmente suína que se pode imaginar.

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Nenhuma ação humana é determinada diretamente pela situação econômica, mas pela interpretação que o agente faz dela, interpretação que depende de crenças e valores. Estes, por sua vez, vêm da cultura em torno, cujos agentes criadores pertencem maciçamente à camada letrada, como por exemplo os bispos evangélicos e os cientistas sociais. Os bispos ensinam que, mesmo para o pobre, o crime é um pecado. Os cientistas sociais, que os criminosos, agindo em razão da pobreza, são sempre menos condenáveis do que os ricos e capitalistas que (também por uma correlação geral mágica) criaram a pobreza e são por isso os verdadeiros culpados de todos os crimes. Essas duas crenças disputam a alma da população pobre. Não é preciso dizer qual delas estimula à vida honesta, qual à prática do crime.

Nos bairros mais miseráveis e desassistidos, qualquer um pode fazer esta observação direta e simples: as pessoas de bem repetem o discurso dos bispos, os meliantes o dos cientistas sociais (…). Quando, do alto das cátedras, esses senhores pregam a doutrina de que a pobreza produz o crime, não estão cometendo um inocente erro de diagnóstico. Estão ocultando, com maior ou menor consciência, a colaboração ativa que eles próprios, por meio dessa mesma doutrina, dão ao crescimento irrefreado da criminalidade.”

Não é preciso dizer, dadas as circunstâncias, qual é a melhor pregação para o Rio de Janeiro. A menos, claro, que ainda haja quem acredite em Freixinho Paz e Amor.

* Relembre também aqui no blog:
– Desespero de Freixo e fim melancólico de Lula: não têm preço
Crivella usa vídeo do blog para mostrar na TV quem é Freixo
Justiça julga improcedente ação contra SBT por comentário de Rachel Sheherazade sobre ‘justiceiros’ [Freixo a culpava]
Crivella dá aula a Freixo sobre tamanho do Estado
A obrigação moral de se opor a Marcelo Freixo
Vídeo – O radical Freixo defende até anistia para bandido
Vídeo especial – As provas do cinismo de Marcelo Freixo sobre Black Blocs
– Os “pensadores” que deveriam ir ao velório do cinegrafista da Band, a carta de sua filha e as declarações da viúva
– A moral “Black Bloc” do PSOL: Marcelo Freixo e seus partidários, antes e depois da morte de Santiago
Vídeos mostram esquerdistas [incluindo Freixo] mentindo sobre população carcerária do país
As mentiras da esquerda sobre a redução da maioridade penal
Marcelo Freixo é desmascarado por Bene Barbosa
A autópsia moral de Marcelo Freixo
– Quem odeia corrupção tem de combater inchaço do Estado
– Carta aberta de introdução ao Brasil

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Felipe Moura Brasilhttps://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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