AINDA O OSCAR DA ESQUERDA – Nos EUA, até o militante Bill Maher concorda que vitória de “12 anos de escravidão” mostrou como esquerdistas da Academia são previsíveis. Dois deles votaram sem assistir ao filme. Só brasileiros e Bonequinhos acham Hollywood conservadora
Dizer que Hollywood é o paraíso da esquerda, que a Academia é naturalmente composta por esquerdistas e que o Oscar é a maior festa de premiação do “politicamento correto” no mundo é uma daquelas obviedades que ainda faz muito brasileiro, sobretudo se universitário, reagir com o “argumento” mais comum entre professores recalcados ou militantes da Mobilização em Ambientes Virtuais, do PT: “Kkkkkkkkkkkkkkkk”.
Já demonstrei no artigo Hollywood e o Bonequinho do Globo manipulam você o quão otário é quem macaqueia (ou “galineia”) essa gente, ignorando as confissões dos próprios esquerdistas americanos, tanto de Hollywood quanto do jornalismo. Agora mais um deles, o apresentador Bill Maher, da HBO, admite o óbvio e comprova que relógio parado também acerta duas vezes. A última vez que vi Maher ter um lampejo de sinceridade foi em abril de 2013, quando ele disse ao professor Brian Levin, da California State University, que aquele papo de que “todas as religiões são igualmente violentas” era pura “merda [no sentido de picaretagem] esquerdista”.
Dessa vez, Maher se viu obrigado a concordar com o radialista conservador Rush Limbaugh a respeito do Oscar de Melhor Filme de 2014. Assista ao trecho do seu programa “Real Time” da última sexta-feira, que teve as participações do ator e criador da série de animação “Family Guy”, Seth MacFarlane, do jornalista Andrew Sullivan e do escritor Salman Roushdie, todos competindo para ver quem afeta maior distância dos demais pensamentos de Rush.
Traduzo os trechos principais e comento em seguida.
BILL MAHER: …No dia seguinte [ao Oscar], [o radialista] Rush Limbaugh disse: “Não havia a menor possibilidade de que o filme”, falando acerca de “12 anos de escravidão”, que ganhou [o prêmio de] Melhor Filme, “não ganhasse. Não importava se era bom ou ruim. Ele tinha a palavra mágica no título: ‘Escravidão’ [no original, ‘Slave’], e então eu vi todo mundo na MSNBC [a emissora mais esquerdista dos EUA] enlouquecer porque ele disse isso, e eu estava no jantar da Vanity Fair na véspera e… eu estava dizendo basicamente a mesma coisa.
SETH MACFARLANE: (rindo)
BILL MAHER: Eu disse: “Você sabe, se você não tem ‘escravidão’ ou ‘AIDS’ no título…
SETH MACFARLANE: (rindo)
BILL MAHER: …você simplesmente não ia ganhar neste ano”, e eu acho que o que os esquerdistas não entendem é que este não é um comentário. E eu não gosto de Rush Limbaugh também. Não é um comentário sobre a validade do filme. É um comentário sobre a previsibilidade dos esquerdistas de Hollywood que fundem uma causa com o desempenho.
SETH MACFARLANE: Sim… De todas as coisas que o Rush tem dito, que eu não concordo, esta não é a menos razoável. Eu, na verdade, assisti a todos os filmes e realmente pensei que este foi o melhor filme entre os nomeados.
BILL MAHER: Mmm-hmm. É um grande…
SALMAN ROUSHDIE: A propósito, Rush Limbaugh não o viu. Ele fez este comentário sem vê-lo.
Sim, Roushdie, mas Rush admitiu isso: o comentário nada tinha a ver com a qualidade ou os defeitos do filme, mas com o fato de que ele ganharia de qualquer jeito por ter a palavrinha mágica no título, adequando-se perfeitamente aos moldes da obra politicamente correta.
SULLIVAN: A Academia pode tomar uma decisão política, se quiser. As pessoas podem tomar decisões políticas sobre questões artísticas. Eles não vão admitir isso, mas isso é o que eles estarão fazendo. E a genialidade do filme, ele me surpreendeu, foi que ele de fato revelou plenamente, de um jeito que você não se dá conta quando está lendo ou pensando, em abstrato, sobre isso… é que este país era basicamente um empreendimento nazista. (rindo) A escravidão não foi algo que aconteceu em alguma parte dele. Era intrínseca. Em todo lugar aonde as pessoas iam, elas eram brutalizadas e tornadas inumanas.
Rush Limbaugh diz que esse papo de “empreendimento nazista” em relação à escravidão é um pensamento de que os esquerdistas nunca se livraram, sendo a principal razão pela qual odeiam o país, nunca vão amá-lo e nunca permitirão que o país acabe com ela, nem admitirão que mudou para além dela. Para a esquerda, a imigração ilegal, a relutância ou a discordância em relação à anistia dos imigrantes, são a prova de que os EUA ainda são um país de escravos, com fortes tendências nazistas. É no que eles acreditam, segundo Rush, e quem quer que acompanhe o debate público americano para além de New York Times, Washington Post, CNN e demais órgãos esquerdistas de mídia traduzidos pela imprensa no Brasil como fontes neutras do noticiário internacional sabe que é exatamente assim.
Voltando ao vídeo, Bill Maher interrompe a demagogia de Sullivan e MacFarlane para ler a notícia – originalmente publicada no Los Angeles Times e reproduzida também nos jornais brasileiros – de que dois membros da Academia admitiram não ter assistido a “12 anos de escravidão” porque seria “aborrecedor”, mas ter votado no filme de Steve Mcqueen do mesmo jeito, porque se sentiram obrigados a isso em função de “sua relevância social”. E quem vem amenizar a bomba com uma piadinha cínica?
SETH MACFARLANE: Isto acontece o tempo todo. Ninguém assiste a todos os candidatos.
Ainda que isto fosse verdade, não é todo ano, obviamente, que alguém justifica o voto em função da “relevância social” do filme.
BILL MAHER: Eu só estou dizendo que, se Daniel Day-Lewis perder 80 quilos e interpretar um bebê com Aids, ele ganharia um Oscar…
Todos riem de Maher. Todos sabem que é verdade.
E você aí, brasileiro desinformado, acreditando em professor comunista, Bonequinho do Globo (alô, Mario Abbade!) e militante petista, e achando que Hollywood é reaça…
“Kkkkkkkkkkkkkkkk”.
Felipe Moura Brasil – https://www.veja.com/felipemourabrasil
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