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Educação em evidência

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O que as evidências mostram sobre o que funciona de fato na área de Educação? O autor conta com a participação dos leitores para enriquecer esse debate.

Redescobrindo as funções da escola em tempos de Covid-19

Com a interrupção das aulas presenciais, quais são os prejuízos à aprendizagem? Como fica a equidade? O que fazer pra recuperar?

Por João Batista Oliveira 27 jul 2020, 16h08

O fechamento das escolas devido à pandemia de coronavírus coloca na mesa várias questões importantes sobre a natureza e função da escola. Vamos dar início hoje a uma série de posts sobre as virtudes do modelo escolar e os desafios para incorporá-las a estratégias de ensino híbrido ou ensino à distância.

O primeiro conjunto de perguntas se refere à aprendizagem – os alunos vão perder? Vão parar de aprender? Como fica o prejuízo? E a equidade?

O segundo conjunto refere-se às outras funções sociais, seja para acolher as crianças enquanto os pais trabalham, seja para assegurar uma estrutura e contexto para o amadurecimento psicossocial das crianças e jovens.

Neste post, apresento uma reflexão de caráter mais geral. Nos próximos, elaboro um pouco mais sobre essas duas questões, e no final trato das implicações das tecnologias no ensino.

Comecemos do começo: em todo o mundo, os pensadores e educadores se preocupam com o impacto da interrupção prolongada das aulas. Grande parte da preocupação é focada na questão da equidade. Em um país como o Brasil, as escolas privadas seguem em frente, e as públicas vão do cumprimento total do calendário ao total fechamento. Em outros países como, por exemplo, os Estados Unidos, praticamente todas as escolas públicas continuaram o ano letivo, mas há enorme diferença entre o que é oferecido por diferentes sistemas e redes públicas de ensino, como também há enormes diferenças entre as condições dos alunos.

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As evidências parecem sólidas: o principal problema não é a perda, e sim o que se deixa de aprender. O outro problema é o aumento das diferenças – os mais ricos terão mais oportunidade de continuar aprendendo, e isso tenderá a aumentar ainda mais as diferenças.

Aqui também as evidências indicam que, no curto prazo, até uns dois anos, essas diferenças voltam ao que eram. Em geral, as perdas não são irrecuperáveis. Alarmante é pensamos que (a) o nível de desempenho do “velho normal” era muito baixo e (b) as diferenças eram muito elevadas. Portanto, pensar sobre o “novo normal” deve partir de uma reflexão sobre o “velho normal”. Será que vamos conseguir sacudir a marca registrada de nossa sociedade, que são as desigualdades?

Mas também há riscos na área comportamental, como os decorrentes do estresse, que afeta as pessoas de modo diferente. Além das variáveis individuais, as pessoas diretamente afetadas pela pandemia estarão mais vulneráveis. Pode haver casos graves – a estimativa de especialistas em saúde mental vai de 10 a 15%, com base em outras situações similares. Esses são casos que necessitam de tratamento especializado, mas a maioria é curável ou controlável.

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Há riscos também relacionados aos aspectos da escola que não vêm sendo devidamente cuidados e valorizados: sua função de ajudar a estruturar a vida das pessoas – os alunos e suas famílias. Isso vai da estruturação dos horários e rotinas à estruturação de condições que promovem importantes habilidades não cognitivas.

Vamos dar continuidade a esse assunto nos próximos posts.

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