Para desatar os nós da educação: uma nova agenda
Crise atual também abre oportunidades. Teremos menos demanda de matrículas e metade dos professores poderá se aposentar nos próximos 15 anos.
O documento Para desatar os nós da educação: uma nova agenda é um convite para um novo olhar sobre a educação e um convite para aprofundar o debate sobre o tema. Iniciaremos hoje uma série de blogs com desdobramentos dos temas tratados.
O titulo fala de nós: esses nós encontram-se na cabeça das pessoas que se habituaram a pensar a educação a partir da ideia de que “mais” é sinônimo de melhor. Mas também se encontram em nossa forma de querer resolver problemas por leis e regular a realidade de maneira uniforme e detalhista. Esses – e tantos outros nós – precisam ser desatados. A agenda contém sugestões específicas a respeito de possíveis passos para melhorar a educação. Para avançar, é preciso conversa, debate, confronto de opiniões e, sobretudo, é preciso gerar novas realidades.
A oportunidade é única: estamos diante de uma monumental crise. Depois do choque da realidade previdenciária insustentável, o país começa a reconhecer a gravidade da crise fiscal, que afetará profundamente as finanças dos estados e municípios nos próximos anos. Como os recursos são escassos, será necessário ser mais eficiente. Por mais importante que seja qualquer setor – e a educação o é –, todos serão afetados pela crise.
Mas a crise também se faz acompanhar de algumas oportunidades. A primeira delas é a redução demográfica, que permitirá reduzir, progressivamente, mas em grande escala, a oferta de escolas e de vagas nas próximas quatro décadas. A segunda é o fato de que mais da metade dos professores efetivos poderá se aposentar nos próximos 12 a 15 anos, o que cria uma oportunidade imperdível para criar novas carreiras docentes. A terceira é o espaço criado para a iniciativa dos estados e municípios, decorrentes das intenções e medidas de descentralização que vêm sendo anunciadas pelo governo.
Em eventos realizados no dia 9 de setembro, na Casa das Garças, no Rio de Janeiro, e no dia 10, no Insper, em São Paulo, iniciamos um debate a partir do diagnóstico e das propostas apresentadas. A ideia de usar dados e evidências para balizar o debate começa a ser aceita com mais naturalidade. Agora cabe avançar.