De volta às aulas: aprender a ler e ler para aprender
Alfabetização, fluência de leitura, textos escolares retomam seus assentos no vocabulário pedagógico nacional
Estamos de volta às aulas e diante de uma nova proposta de currículo escolar. Finalmente – depois de quase quarenta anos de sumiço – palavras como alfabetização, fluência de leitura, textos escolares e outros – retomam seus assentos no vocabulário pedagógico nacional. É tempo de avaliar se escola de seu filho está fazendo seu dever de casa. Vamos lá!
Como lemos no livro dos Provérbios, há tempo para tudo. Tempo para aprender a ler e tempo de ler para aprender. Qual é a diferença?
Os anos anteriores à escola são anos de preparação – a educação infantil e a pré-escola são um tempo de preparação. Se a educação infantil foi boa, as crianças estão não apenas prontas, mas “louquinhas” para aprender a ler e escrever.
Mas a educação infantil é melhor ainda se as crianças chegam ao 1o ano do ensino fundamental com brilho nos olhos, morrendo de vontade de aprender a ler para lerem sozinhos e acesos pela curiosidade para abarcar o mundo em companhia dos livros.
Os anos iniciais da escola são o tempo de ensinar a ler.
Ensinar a ler tem dois momentos. O momento inicial é o da alfabetização – escrever o que ouve e ler o que está escrito. Uma criança alfabetizada deve ser capaz de escrever e ler listas de palavras e pseudopalavras, fazer um ditado simples, ler um texto simples com um ritmo de até 60-80 palavras por minuto. Isso deve ser alcançado até o final do primeiro ano.
O segundo momento dura mais uns cinco a seis anos, e relaciona-se com a fluência de leitura. Isso tem a ver com a capacidade de ler sem gaguejar, sem errar, com velocidade crescente e com prosódia, ou seja, uma entonação que reflete que o leitor está entendendo o texto – ou pelo menos a sua estrutura sintática.
Outro é o tempo de “ler para aprender”. Esse tempo começa no berço, com a leitura feita pelos pais. E só termina com a morte. Ler para aprender depende de nossa capacidade de aprender, de compreender. Isso tem a ver com Inteligência, esforço, linguagem, domínio do vocabulário, domínio de técnicas de compreensão e que depende da leitura e estudo de bons livros de ficção, não ficção e didáticos. Para a grande maioria dos mortais, que não são autodidatas, isso depende da orientação de professores competentes.
É isso que deve oferecer uma boa escola. Seu filho está matriculado em uma delas?
Pseudopalavras são palavras que seriam plausíveis do ponto de vista “fonotático, mas ainda não têm sentido. A palavra “vuvuzela” era uma pseudopalavra até a Copa do Mundo da África.