“Nem pensar”, responde Rodrigo Maia quando lhe perguntam se pretende investir na busca de uma brecha para se reeleger presidente da Câmara. Seria a quarta vez e, se conseguisse, superaria a marca de Michel Temer, que por três vezes ocupou o posto. “Vou tratar de organizar as forças de centro para a eleição de 2022”, responde o deputado quando lhe perguntam o que fará para não perder destaque na política quando deixar o cargo.
Em tese, isso ocorrerá em fevereiro de 2021, já que a Constituição proíbe o pleito de dois mandatos consecutivos na mesma legislatura. Ou seja, dentro dos quatro anos para os quais foi eleito o parlamentar. Pela regra, Davi Alcolumbre, embora ocupe a presidência do Senado pela primeira vez, também está impedido de concorrer a mais um período.
Tanto o senador quanto o deputado estão interessados na possibilidade de mudar essa norma para se reelegerem. A diferença é que Maia o faz em silêncio e Alcolumbre se empenha mais ou menos de peito aberto. Até porque sua posição seria moralmente mais defensável, pois cumpre seu primeiro período da Presidência do Senado.
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Clique e AssineA ideia é, antes de pleitear aos pares a aprovação de uma emenda constitucional mudando a regra, obter um sinal verde do Supremo Tribunal Federal na resposta a uma consulta a ser feita por partido amigo. Jamais o DEM, legenda de ambos os atuais comandantes do Congresso. A consulta dirá respeito apenas a Alcolumbre com a seguinte pergunta: o senador que termina o mandato no fim da legislatura (2022) poderia ser reconduzido?
Se a resposta for afirmativa estrará aberto o caminho para Rodrigo Maia. Por analogia, pois o mandato dele também se encerra na mesma data. E é nessas águas que o presidente da Câmara pretende navegar.