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Se depender do presidente Jair Bolsonaro a reforma administrativa será enviada ao Congresso no dia de São Nunca. Em mais um adiamento, o governo agora anuncia que aguardará as eleições das presidências da Câmara e do Senado, em fevereiro, para enviar a proposta.
Digam-me o prezado leitor e a estimada leitora o que uma coisa tem a ver com a outra e direi que o nome desse jogo é pretexto. Logo após a aprovação da reforma da Previdência, em 2019, o ministro Paulo Guedes anunciou que a administrativa seria o passo seguinte e imediato. Precisou recuar porque Bolsonaro alegou que manifestações de rua no Chile aconselhavam que se aguardasse.
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![A nova Guerra Fria](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/08/VJ-CAPA-2699-V-1.jpg?quality=70&strip=info&w=220)
Em tese, temia que o funcionalismo se revoltasse por aqui. Na prática, usava de um pretexto como se viu quando não foi cumprida a promessa de mandar a proposta em fevereiro de 2020. De lá para cá nada mais se ouviu a não ser as vozes de especialistas, congressistas e até integrantes da equipe econômica apontando a reforma como essencial para o controle de gastos públicos. Veio a pandemia? OK, mas nem por isso o governo deixou de começar a apresentar suas sugestões para a reforma tributária.
Se o Congresso não tomar a iniciativa de iniciar o debate sobre a reorganização da estrutura de Estado, de novo em 2021 Bolsonaro arrumará uma desculpa. Estará imprimindo mais velocidade ao projeto de reeleição e por isso mesmo nem um pouco interessado em comprar essa briga.