Como fica a corrupção?
Supremo vive uma era de extremos na adoção de manobras por parte dos ministros

O pedido de vista do ministro Nunes Marques e a recusa do presidente Luiz Fux de enviar a decisão sobre a anulação da jurisprudência de Curitiba sobre os processos de Luiz Inácio da Silva na Lava-Jato, como queria Luiz Fachin, deram uma baixada na poeira da tensão que assolou o Supremo Tribunal Federal nos últimos dias.
Ambas as decisões deram um tempo para ver como se desenrolam os acontecimentos: a devolução mais rápida ou mais lenta de Nunes Marques à pauta do tema na Segunda Turma, resultado do julgamento o encaminhamento do assunto na Justiça Federal de Brasília e a possibilidade de a questão da suspeição de Sergio Moro ser enviada ao exame do plenário.
Essa trégua era necessária até para que o colegiado examine os efeitos da era de extremos no uso de manobras por parte dos ministros. Fachin manobrou ao anular a jurisprudência de Curitiba para tentar evitar o julgamento da suspeição de Moro e Gilmar Mendes manobrou ao apresentar o tema em seguida depois de segurar o processo por quase dois anos com o intuito único de se tornar o senhor do tempo, pois sua convicção sobre o mérito já estava formada e devidamente divulgada.
Seja como for, a “sangria” de que falava Romero Jucá foi estancada. Resta saber que solução apresentarão os três Poderes da República ao país para o combate à corrupção.