Enquanto a ala de oposicionistas e independentes (a maioria) dos integrantes da CPI da Pandemia já tem um roteiro mais ou menos definido das investigações antes mesmo da instalação da comissão, os governistas jogam com armas em geral usadas pela oposição: obstrução e tumulto.
Na data marcada (terça, dia 26) para o início dos trabalhos vão apresentar uma candidatura a presidente (senador Eduardo Girão) para se contrapor ao senador Omar Aziz já indicado pela maioria para o posto.
Além disso, tentam contestar a indicação de Renan Calheiros, alegando conflito de interesses – ele é pai do governador de Alagoas, que pode vir a ser um dos alvos – e ausência de condição moral pelo fato de Calheiros responder a inúmeros inquéritos na Justiça. Não que o senador não tenha conduta para lá de questionável, mas isso nada tem a ver com as ações e omissões do poder público na pandemia.
Fato é que a despeito das tentativas o que se tem é um placar de 7 votos contra 4 entre os que consideram que o governo federal atuou mal na gestão da crise sanitárias e aqueles que consideram que foi tudo bem.
Essa cena compõe um quadro mais amplo de sucessivas derrotas do Planalto – agora mesmo obrigado a ceder no Orçamento e a ver mais uma série de vetos presidenciais (no pacote anticrime) derrubados no plenário – que suscita a pergunta: onde está a maioria que seria garantida pela aliança com o Centrão?
Resposta: ficou atolada lá atrás, quando Jair Bolsonaro achou possível governar de costas para a política, ao arrepio do Congresso.