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Por Laryssa Borges
A repórter Laryssa Borges, de VEJA, relata sua participação em uma das mais importantes experiências científicas da atualidade: a busca da vacina contra o coronavírus. Laryssa é voluntária inscrita no programa de testagem do imunizante produzido pelo laboratório Janssen-Cilag, braço farmacêutico da Johnson & Johnson.
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Médico simula últimos momentos de paciente com Covid

Vídeo com momentos finais de morte pelo coronavírus, confesso, me jogou no chão

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 nov 2020, 14h37 - Publicado em 26 nov 2020, 14h35

26 de novembro, 12h07: Desde que decidi ser voluntária no estudo clínico em busca de uma vacina contra a Covid-19, passei a ler avaliações diárias de médicos sobre os desafios emocionais e físicos de lidar no dia a dia com uma pandemia que não dá sinais de arrefecimento. São profissionais que fazem análises sobre a eficácia dos imunizantes em estudo, relatam a angústia de ver pacientes à beira da morte, reportam o estresse de estar na linha de frente no combate a uma doença que, até agora, não tem tratamento. Mas nenhum dos relatos havia me jogado no chão como o feito há quatro dias pelo médico americano Kenneth E. Remy. A mensagem do doutor Remy é um soco no estômago de todos que clamam por supostos direitos individuais de não usarem máscara, de promoverem festas, de darem às costas para a ciência. A liberdade individual não importa quando você morre, me ensinou o médico.

“Por favor, ouça, pois isso é terrível. Eu não quero ser a última pessoa que olha nos seus olhos assustados”. Com essas palavras Remy, que trabalha em um hospital do Missouri, nos Estados Unidos, decidiu chamar atenção do mundo para o afrouxamento de medidas básicas de proteção. Com o número de casos batendo recordes diários e, ainda assim, pessoas deixando de lado cuidados comezinhos como usar máscaras, lavar as mãos e não promover aglomerações, o médico se convenceu de que apenas uma mensagem extrema poderia ser capaz de sensibilizar o mundo a voltar à razão.

Ele postou em suas redes sociais um vídeo em que, paramentado com equipamentos de proteção individual (EPI), um laringoscópio e um tubo endotraqueal para intubação, simula os últimos momentos de vida de um paciente infectado pelo novo coronavírus. A decisão de levar a público um duro vídeo que reconstitui como é morrer em decorrência da Covid-19 foi tomada após um de seus pacientes ter pedido a ele, no leito de morte, que dissesse aos familiares o quanto os amava.

“É assim que se parece quando você respira 40 vezes por minuto e tem um nível de oxigênio que está afundando bem abaixo de 80. É assim que vai se parecer. Eu espero que os últimos momentos da sua vida não se pareçam com isso. (Neste momento, ele aproxima um aparelho para intubar o paciente)”, diz trecho do vídeo.

“Porque é isso que você vai ver no fim da sua vida se não começarmos a usar máscaras quando estivermos em público, quando não praticamos isolamento social, quando não lavamos nossas mãos com frequência. Porque eu prometo que é isso que você vai ver. Eu prometo que é isso que sua mãe ou seu pai ou seus filhos, quando forem infectados com a Covid, vão ver no fim de suas vidas”, continua o médico.

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“Isso é sério. Eu imploro a você que, por favor, adote as precauções para reduzir a transmissão da Covid para que nós possamos efetivamente prevenir a doença em você e nas pessoas que você ama”, diz.

14h23: Assisti ao vídeo pelo menos cinco vezes. Meço meu nível de oxigenação – 99 – e a quantidade de respirações por minuto – 85. Não poderia haver mensagem mais clara: não aglomerem, lavem as mãos, usem máscara. Isso vale para o Black Friday de amanhã. Isso vale para as festas de fim de ano.

Assista ao vídeo:

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