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Vai ter Carnaval

Mas será diferente, com homenagens à máscara e à vacina

Por Lucilia Diniz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 fev 2021, 10h16 - Publicado em 12 fev 2021, 06h00

Carnaval é mais do que uma festa. Carnaval é um estado de espírito. O que está sendo cancelado neste ano é a festa, ou até, em várias cidades, o feriado da Terça-Feira Gorda — segundo a tradição, o último dia em que se pode comer “gordura” antes do jejum da quaresma (aliás, neste ano bem que a terça poderia ser “magra”.) De qualquer maneira, festas e feriados se cancelam, se a situação exige. Mas não se cancela um estado de espírito. Nesse sentido, teremos Carnaval, sim!

Não me entendam mal. Não estou louca, nem pregando desobediência civil. Autoridades espalhadas pelo Brasil afora foram apenas responsáveis ao tomar medidas que evitem aglomerações desnecessárias. Afinal, se a vacina está chegando, seu efeito mais relevante para a sociedade — a tal imunização coletiva — ainda tardará um pouco.

Minha proposta é que, para começar, façamos um Carnaval diferente, com distanciamento social e com os foliões mais mascarados do que nunca. Mas reside exatamente nesse ponto a oportunidade de brilhar — não um brilho de reluzentes lantejoulas, mas aquele derivado da empatia.

“O que está sendo cancelado neste ano é a festa e, em algumas cidades, o feriado. Mas não se cancela um estado de espírito”

Certa vez, Joãosinho Trinta, o filósofo da avenida, teria dito que quem gosta de miséria é intelectual, pois povo gosta mesmo é de luxo. Se estivesse por aqui hoje talvez completasse a tirada genial, refletindo sobre o que é luxo. Luxo não é necessariamente o dourado dos carros alegóricos, a seda esvoaçante dos costumes, a rica plumagem colorida sobre as cabeças. O luxo de verdade, sua quintessência, é a simplicidade. É por isso que a melhor fantasia para este ano é a máscara — a máscara básica, reutilizável ou descartável, branca, azul ou com a cor e o escudo do time do folião resguardado.

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Na minha avenida imaginária visualizo uma comissão de frente em homenagem à vacina. Não a esta ou àquela. Mas às vacinas em geral — a chinesa, a americana, a russa, a indiana, a brasileira. Saúde não tem fronteira, ou não deveria ter. É assim no sambódromo do meu sonho. A evolução da bateria prepara o terreno para o puxador do samba-enredo, que exalta a atuação dos cientistas que trabalharam incansavelmente durante meses para que hoje pudéssemos nos agarrar na expectativa de deixar para trás a pandemia. E não teria dúvida em fazer o refrão abordando as qualidades humanas dos profissionais da saúde. Depois do que fizeram e continuam fazendo, podem dizer que já sabem a que a existência deles se destinou.

Uma festa é só um ritual. É importante, mas não é fundamental. Mais relevante é o que está sob a fantasia usada no ritual — um brasileiro que quer acreditar num futuro melhor. Neste Carnaval teremos de nos reinventar. Estamos ficando especialistas nisso. Quantas limonadas já não tivemos de fazer com os limões que nos têm sido dados? Somos um povo resiliente. E criativo. E esperançoso. Se não por opção, então por falta de opção. Neste Carnaval vamos mais uma vez demonstrar tais atributos. Façamos como a moça disputada daquele antigo samba: “Quando para o samba / bate palmas, pede bis”. Bata palmas, sim, mas com as mãos lavadas — e sem se esquecer dos demais protocolos de segurança, claro.

Publicado em VEJA de 17 de fevereiro de 2021, edição nº 2725

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