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Por Lucilia Diniz
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O futuro é flexível

Para evitar conflitos, uma revolução de paz e transparência está chegando pelo prato

Por Lucília Diniz
Atualizado em 4 dez 2020, 21h41 - Publicado em 3 dez 2020, 17h55

A polarização entre eles é histórica. Não estou falando de política, mas de algo igualmente apaixonante: indivíduos que comem ou não comem carne vermelha. Irreconciliáveis, os dois extremos têm posições radicais. É difícil colocá-los numa mesma mesa sem que discutam ou até se retirem aborrecidos.

Há tempos temos este embate em volta da churrasqueira. Afinal, impossível evitar o climão quando algum convidado já chega trazendo seu pimentão para repartir a grelha com picanhas.

Hoje, parece que a balança está pendendo mais para um lado que o outro, principalmente nos últimos anos quando o número de vegetarianos cresceu 75% só no Brasil.

Como toda ação causa uma reação, os mais carnívoros passaram a ser mais excludentes ainda. Surgiram os açougues gourmet, frequentado por barbudos de aventais de couro, de onde saem paramentados para preparar briskets e outras especialidades à moda americana.

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Felizmente, encontramos o caminho do meio. E eu encontrei a definição mais precisa do que adoto como dieta desde meus 36 anos, quando mudei por completo minha alimentação. Estou falando do flexitarianismo.

Sim, o “flex” parece vir dos automóveis que usam os dois tipos de combustível. Pelo menos, fica mais fácil entender o termo: flexitarianos são pessoas que buscam ingerir alimentos e bebidas à base de proteínas vegetais, mas que não são exclusivamente vegetarianos ou veganos.

Trata-se de adicionar novos alimentos à sua dieta, em vez de excluir qualquer um. O que resulta em uma nutrição variada, que inclui uma ampla seleção de frutas, grãos, legumes e carnes magras. Vindos de diversas fontes, essa variedade de nutrientes beneficia o corpo e imunidade.

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A surpresa é que esta turma soma mais da metade dos brasileiros. Em uma pesquisa do Ibope, na qual foram entrevistadas 2 mil pessoas em julho deste ano, 52% declararam ser flexíveis. Na verdade, para toda uma nova geração, a tendência é que saiam os doces e carboidratos que geram felicidade instantânea e gorduras permanentes, para a entrada em cena dos produtos plant-based, associados a um universo mais sustentável e feliz.

Certamente, uma gente fina, elegante e sincera. Isso porque a pesquisa também mostrou outra coisa. Uma rejeição aos alimentos que tentam imitar o sabor, a aparência e textura da carne. Nada de hambúrguer de soja e ervilha com moléculas capazes de simular o sabor da proteína animal. O que não é autêntico fica evidente na bica. E quem investiu milhões em criar todo um novo segmento alimentar observa esses dados com apreensão. A comida disruptiva em escala que poderia um dia ser uma alternativa a compulsão por gordura presente no lanche, subiu no telhado.

Estou com essa turma. Penso que, se vamos comer uma versão de hambúrguer, não faz sentido buscar imitar seu sabor. Melhor usar o preparo para explorar o sabor original dos ingredientes. Se for um hambúrguer de beterraba, tem que ter o gosto da beterraba, junto ao de temperos usados.

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Quem diria encontrar na mesa do século 21 a confirmação da tese do “homem cordial”, elaborada pelo historiador Sérgio Buarque de Holanda. E que extremismos que tanta confusão têm causado encontrem o equilíbrio a partir do prato.

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