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Esperando o quê?

Não existe momento certo para dar uma guinada

Por Lucília Diniz
Atualizado em 16 jul 2020, 21h25 - Publicado em 16 jul 2020, 18h30

Percebo que muita gente acha que as grandes mudanças em suas vidas virão de uma decisão drástica e definitiva tomada a partir de determinado dia – com frequência “segunda-feira que vem, sem falta”! Isso pode até funcionar para um ou outro, mas não para a maioria. Eu mesma não me encaixo nesse perfil de indivíduos que acreditam nos benefícios de um corte radical de antigos hábitos que inaugurariam uma nova era pessoal.

Não existe, em geral, o “momento certo” para uma guinada. O que há, isto sim, é um processo lento de amadurecimento que inscreve, na linha do tempo de cada um, pequenas alterações de comportamento. Quando olhadas em conjunto, percebe-se que elas deram origem a um novo homem ou mulher.

Essa caminhada é feita de avanços e recuos, de erros e acertos. O segredo do êxito é não desanimar diante dos obstáculos que certamente estarão à nossa frente. O dramaturgo Samuel Beckett, mais conhecido pela peça “Esperando Godot”, estava inspirado quando escreveu que falhar não interessa, o que realmente importa é persistir: “Tente de novo. Falhe de novo. Falhe melhor”. Aliás, essa ideia de falhar melhor virou mantra em start-ups. Pode conferir: as novas empresas que estão bombando foram construídas sobre tentativas fracassadas.

Na vida corporativa, como na pessoal, a perseverança costuma recompensar. Em entrevistas que dei ao longo dos últimos anos, sempre me perguntavam: “O que te fez mudar de vida?” Nada em particular, eu respondia, mas sim um conjunto de coisas. Se você ficar esperando o grande momento, talvez ele nunca se materialize. No meu caso, esperei 38 anos até começar a compreender que a transição consistente é aquela que decorre de uma somatória de novos comportamentos.

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Embora não haja o tal “momento certo” para a correção de rotas individuais, algumas fases da vida são mais propícias a transformações pessoais. Fatores externos, como a pandemia, podem ser o gatilho desse processo. Estes tempos de distanciamento social têm levado muitas pessoas a reflexões responsáveis por mudanças de rotinas. A alimentação, sem dúvida, está no topo da lista. Uma pesquisa recente mostrou que quatro em cada dez pessoas que cumprem quarentena alteraram o cardápio do dia-a-dia. Antes acostumados a fazer refeições fora de casa, os confinados vão se adaptando às opções disponíveis. Mas mudança não é sinônimo de melhora. Alguns, acomodados com as facilidades do delivery, passaram a consumir mais junk food. Outros, no entanto, descobriram as delícias de uma saudável comidinha caseira.

O ideal é mudar aos poucos, na base do um dia de cada vez. Em vez de decidir seguir uma nova dieta a partir da semana que vem, por que não tentar comer melhor hoje? Se fizer isso de novo amanhã e no dia seguinte e no outro, a mudança ocorrerá – na prática. Isso vale para outras esferas da vida. Em vez de prometer se dedicar com afinco à academia “quando tudo isso passar”, procure fazer um pouco de alongamento – hoje. Por falar em exercício físico, já ouvi suspiros de saudades de um estilo de vida que nunca existiu. Outro dia escutei: “Não vejo a hora de voltar para a academia.” Será? Ou será que o nostálgico em questão mais pagava mensalidades do que pedalava?

Não precisamos de uma situação-limite ou de um fundo do poço para começar a mudar. O copo de estresse não precisa transbordar antes de você controlar a ansiedade. A preocupação com a saúde não depende de estarmos em meio a uma crise de saúde. Não façamos como os personagens de Godot, que esperam por um amanhã que nunca vem.

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