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A dieta pública de Boris

O premiê britânico faz campanha por vida saudável. E a nossa?

Por Lucilia Diniz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 ago 2020, 13h42 - Publicado em 7 ago 2020, 06h00

Boris Johnson está preocupado com sua aparência. Não, o problema do premiê britânico não são os cabelos indomáveis — são os incômodos quilos a mais. Ele levou um susto. Internado para tratar da Covid-19, passou maus bocados no hospital, e o sobrepeso provavelmente agravou a situação. Já se sabe que a obesidade é importante fator de risco para pacientes internados, pois a inflamação natural de um organismo muito acima do peso potencializa os efeitos da tempestade de citocinas que o coronavírus provoca.

Boris errou feio, no início da pandemia, ao minimizar a Covid-19 como ameaça à saúde pública. Agora ele se redime. No nível pessoal, adotou uma dieta saudável e vem perdendo peso rapidamente. Sua conquista ainda está muito fresca para ele cantar vitória. Afinal se considera vítima do efeito sanfona. Baixar a guarda após vencer os primeiros rounds — em geral os menos difíceis — pode levar a um retrocesso. Seria prematuro trocar o guarda-roupa, a não ser que a iniciativa fosse um incentivo a mais para manter o novo peso (depois de pesar 110 quilos, ele estaria próximo dos 80).

“Há vinte anos perdi metade do meu peso (120 quilos!) e ganhei o dobro em autoestima”

Obesa que fui, empenho minha compreensão nessa ação do político britânico. Há vinte anos perdi metade do meu peso (120 quilos!) e ganhei o dobro em autoestima. Ao longo do tempo, mantive a nova marca à base de alimentação adequada e muito exercício físico. A atividade deve ser calibrada individualmente, para não consertarmos um problema criando outro. Aceitei minha limitação e troquei a corrida por uma caminhada vigorosa. Boris integrou o jogging à rotina, ainda que aparentemente a contragosto: “A maravilha de dar uma corrida no começo do dia é que depois disso nada pode ser pior”. Na realidade, ele está apenas sendo fiel à tradição parlamentar do país, que perde a causa, mas não a piada.

A piada é boa, mas a causa é melhor. O governo do Reino Unido lançou uma campanha que visa a ajudar a emagrecer os dois terços dos cidadãos que estão acima do peso ideal. Como eu tenho feito já há algum tempo, ele não só mudou como está influenciando as pessoas a fazer o mesmo, mostrando-lhes que as coisas boas da vida (no caso dele, comer queijos e embutidos à noite) não deveriam nos desviar das melhores, a começar pela preservação da saúde. Sei, por experiência própria, que propagar o que acreditamos ser o certo — com base em pesquisa e informação confiável — nos ajuda a viver bem.

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Adversidades deveriam servir para nos tornarmos mais fortes. Histórias de superação reconfiguram nosso propósito de vida. Eu gosto muito de um relato da australiana Hanna Gadsby, que, no excelente stand-up Nanette (Netflix), compartilha sua dor na tentativa de exorcizá-la: “Não há nada mais forte do que uma mulher destruída que se reconstruiu”.

São histórias que mostram, na esfera pública e pessoal, nunca ser tarde para correções de rumo. Por acreditar na urgência de preservarmos nossa saúde e buscarmos a melhor forma, deixo aqui a sugestão para darmos início a uma campanha contra a obesidade e a favor da vida saudável.

Publicado em VEJA de 12 de agosto de 2020, edição nº 2699

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