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Clarissa Oliveira

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Nunca houve espaço para um Bolsonaro que manda e um Valdemar que obedece

Não é novidade que o presidente queria desde o começo um partido que pudesse controlar, mas o PL nunca se encaixou nesse perfil

Por Clarissa Oliveira 16 nov 2021, 08h58

O presidente Jair Bolsonaro abandonou o PSL, seu último partido, porque as brigas sobre indicações para postos-chave, controle de diretórios e destinação de recursos chegaram a um ponto em que a relação se tornou insustentável. Portanto, não era surpresa para o PL de Valdemar Costa Neto, que lhe ofereceu legenda para as eleições de 2022, que o presidente esperava ter um grau significativo de controle da estrutura partidária na corrida do ano que vem. Ou depois dela.

Também não é em nada convincente a ideia de que Bolsonaro ou seus interlocutores selaram a filiação ao PL sem nunca terem conversado sobre a formação de palanques estaduais. Convence menos ainda a tese de que Bolsonaro tenha imaginado que um partido como o PL – que expressa muito bem o fisiologismo do centrão e esteve em governos do PSDB, PT e MDB –  automaticamente se uniria de Norte a Sul do País em torno de sua candidatura presidencial.

Na outra ponta, Valdemar Costa Neto não é nenhum novato na política. Sabe como ninguém operar a imprensa e fazer circular sua versão dos desentendimentos que teriam ocorrido com o presidente da República. Que podem ou não incluir cenas calculadas de destempero com direito a gritos e palavrões. Cenas que podem ser interessantes até para acalmar diretórios estaduais que estejam sob risco de perderem controle para aliados do presidente.

Comprar explicação de que Bolsonaro decidiu adiar o casamento apenas porque viu um risco de infidelidade no seu novo parceiro seria desconsiderar o jogo calculista que o presidente liderou desde que deixou o PSL. Seu plano original era criar o seu próprio partido, no qual seus filhos e homens de confiança estariam no comando. O Aliança Brasil seria uma legenda de bolsonaristas para bolsonaristas. Não por questões ideológicas, mas sim em nome do controle de recursos e estrutura eleitoral. Mas nada disso deu certo.

Bolsonaro de fato queria desde o começo um partido que pudesse controlar. Mas também sabe que perdeu parte de seu capital político desde então. E agora precisa abrir mão de parte desse controle em troca de uma estrutura mais robusta nas eleições do ano que vem. Pode até ser que ele tenha tentado insistir na ideia de que um manda e o outro obedece. Mas não é surpresa para ninguém que Valdemar Costa Neto nunca estará na segunda posição.

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