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Por André Sollitto e Ricardo Amorim
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A Cannabis do vizinho é sempre mais verde

Enquanto no Brasil as autoridades criam problemas para o mercado da erva, executivos brasileiros constroem negócios bem sucedidos no exterior

Por Ricardo Amorim Atualizado em 7 abr 2021, 08h46 - Publicado em 11 mar 2021, 18h35

Depois que a Anvisa começou a perseguir os importadores e a Abrace quase foi obrigada a suspender suas atividades, ficou ainda mais claro que a construção de um mercado saudável para a cannabis no Brasil não será tarefa simples. Enquanto o país se perde em picuinhas regulatórias que prejudicam milhares de pacientes e atrapalham iniciativas promissoras, muitos brasileiros decidiram apostar suas fichas em empreendimentos no exterior. Além dos inúmeros investidores com participação em empresas americanas, canadenses e colombianas, já temos boas histórias de executivos que lideram negócios de cannabis com sede em outros países. Assim, vêm de Portugal e do Uruguai os dois bons exemplos deste texto. Os maus foram produzidos aqui mesmo.

Aproveitando os incentivos oferecidos pelos governos locais, empresas como a uruguaia PucMed e a portuguesa Piauhy Labs estão conquistando espaço no mercado global da cannabis investindo em inovação, pesquisa e tecnologia. “Eu não posso ficar esperando a regulamentação avançar no Brasil quando Uruguai oferece diversas facilidades para que possamos desenvolver o nosso negócio”, afirma o curitibano David Peixoto, CMO (chief marketing officer) da PucMed. A empresa, fundada no início de 2019, trabalha com o conceito “da semente ao paciente”, com produção verticalizada desde o desenvolvimento genético até a produção de óleos medicinais com padrão farmacêutico. Para conquistar clientes internacionais, principalmente na Europa, de onde vem atualmente 80% do faturamento, a PucMed usa a tecnologia blockchain, para garantir a rastreabilidade dos produtos, um dos requisitos para entrar nos mercados mais exigentes.

O cultivo acontece em três áreas. A primeira ocupa 50 mil m2, dos quais 12.500 m2 são cobertos e outra de 5 mil m2, com 4.500 m2 de estufas e 500 m2 onde está sendo construído o laboratório. Na terceira, são 30 mil m2 cedidos pela intendência de Florida (cerca de 90 km de Montevidéu), em uma parceria pela qual a empresa se compromete a empregar 150 colaboradores da região. “Investimos 1,5 milhão de dólares e agora estamos buscando mais 1,5 milhão para concluir a construção do nosso laboratório. Em breve seremos capazes de entregar todos os tipos de produtos de cannabis, seja biomassa, flores in natura, óleos medicinais prontos e IFAs (insumos farmacêuticos ativos) para a produção de medicamentos”, revela Peixoto. Com todas as licenças de exportação em dia, o executivo espera ampliar as vendas não apenas na Europa, mas também na América Latina, incluindo o Brasil. “Torcemos para que a regulamentação avance no país porque nossos custos nos permitirão oferecer produtos a preços realmente competitivos para empresas e até associações de pacientes brasileiras”, completa.

Do outro lado do Atlântico, encontramos mais um conterrâneo que desistiu de esperar pelo avanço regulatório por aqui e já colhe os frutos da empreitada internacional. Dirigida pelo brasileiro Eduardo Sampaio, a Piauhy Labs aposta no trinômio biotecnologia, neurociência e medicina personalizada para conquistar o mercado europeu. A empresa já recebeu a pré-licença do órgão regulador, comprou o terreno de suas futuras instalações e obteve financiamento extra em um banco português. Agora, trabalha para ser incluída na Estratégia Portugal 2030, programa de fomento do governo nacional. “As perspectivas para o mercado de cannabis na Europa são as melhores possíveis, com boas notícias regulatórias vindas de Bruxelas e a abertura de novos mercados, como França e Reino Unido”, avalia Sampaio. Em carta enviada recentemente a investidores e comunidade empresarial, o executivo revelou ainda o aporte financeiro de um novo investidor institucional de Boston (EUA). “Com tudo isso, finalizamos nossas escolhas iniciais de P&D: estudos de modelos animais para autismo e epilepsia, química analítica e métodos de separação e, na mais promissora delas, as pesquisas com biossíntese de canabinóides menores e anticorpos monoclonais contra o mal de Alzheimer”, conta o CEO.

Este texto conta somente duas histórias bem-sucedidas, mas sabemos que há muito mais. Fica a pergunta: diante dessas evidências e dos episódios mais recentes, você ainda pensaria em investir em cannabis no Brasil nos dias de hoje?

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