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Vlady Oliver: Só sobrou a fúria

O velho de 600 anos tentando encontrar três mulheres que são uma só é um caso a parte no romantismo pilantra do projeto

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 22h06 - Publicado em 15 ago 2016, 11h20

A platinada exibiu neste domingo de madrugada um “desenho desanimado” genuinamente brasileiro. É um longa lançado há pouco tempo, no auge da ditadura do proletariado possível, instalada por aqui por aquela fraude chamada PT.

Eu tinha um professor acometido de um tipo de paralisia que lhe tirou os movimentos das rótulas dos joelhos. Tal deficiência não o impedia de fazer qualquer coisa na vida – exceto se abaixar para pegar alguma coisa – e não causava qualquer comoção ou constrangimento, mas era evidentemente engraçada de experimentar, com seus passinhos duros de RoboCop e a necessidade de afrouxar os parafusos de uma prótese para o cara “parecer sentado” enquanto lecionava.

Lembrei dele porque o resultado é semelhante. De “animação” a coisa passa longe: tecnicamente, é uma sucessão de “ilustrações movimentadas” semelhantes as dos desenhos do Hulk dos anos sessenta. A limitação técnica empurrada para o público como “linguagem” só não é uma fraude pior que o próprio roteiro e o argumento. É aí que mora a sacanagem propriamente dita.

Os recursos técnicos de hoje acabam permitindo que coisas primitivas e sem fundamentos se mimetizem naquilo que não são, como os discursos de Dilma do Chefe, o partido dos trabalhadores que não trabalham, os cultos nas igrejas fast food da fé e a bancada da chupeta. São fraudes, brandindo a máxima de que eles também detém o direito de terem um lugar ao sol na confraria, sem pagar pelo assento.

As citações aos filmes que o autor viu – Blade Runner, Minority Report, Forrest Gump, Highlander, The Day After, Matrix, entre tantos – são escancaradas tentativas de revestir com um verniz tecnológico uma cartilha vagabunda de curso primário, onde uma improvável dupla de Ceci e Peri com deslavada orientação de esquerda trafegam enfadonhos pelo roteiro que mistura balaiada, militarismo e canibalismo tupinambá.

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Isso só para ressaltar um heroísmo discutível frente “ao sistema opressor e injusto” que os obriga a tornar-se assaltantes de bancos para promoverem “uma retomada” do dinheiro que eles fingem que lhes pertence. E a “atriz principal”, até bem pouco tempo, era protagonista de anúncios da “Nossa Caixa”. Uma salada.

O velho de 600 anos tentando encontrar três mulheres que são uma só é um caso a parte no romantismo pilantra do projeto. É o “amor de aparelho”, no jargão da macacada que não comia ninguém na época, mas fazia um barulho danado para chamar a atenção de suas vítimas, como seus colegas símios fazem na jaula, quando confinados.

Confesso que de “amor” e “fúria” só sobrou esta última, depois de ter engolido o filme inteiro sem maionese nem salgadinhos. Impressionante saber que uma aberração audiovisual como esta – como outras tantas outras “obras” paridas do mesmo jeito – teve o apoio improvável do nosso próprio dinheiro para se concretizar contra nós mesmos, pagantes de toda sorte de impostos indecorosos,

Essa é a fraude. Usando o jargão do Bernardinho do vôlei, eu diria que é o dá pra jogar sem atentar para os fundamentos. Tal como andar sem joelhos, a coisa fica esquisita. Animação sem animadores parece que é, mas passa longe.

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