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Valentina de Botas: Fragmentos de um discurso asqueroso

VALENTINA DE BOTAS O próprio Roland Barthes esclarece que não pretendia explicar ou definir o amor em “Fragmentos de um Discurso Amoroso”, mas capturar como ele se apresenta nas enunciações do amante, nos atos enunciativos do enamorado que, no livro, funcionam como epígrafes de verbetes. Para isso, o autor se valeu de fontes como Goethe, […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 23h32 - Publicado em 16 fev 2016, 07h42

VALENTINA DE BOTAS

O próprio Roland Barthes esclarece que não pretendia explicar ou definir o amor em “Fragmentos de um Discurso Amoroso”, mas capturar como ele se apresenta nas enunciações do amante, nos atos enunciativos do enamorado que, no livro, funcionam como epígrafes de verbetes. Para isso, o autor se valeu de fontes como Goethe, Platão, Proust, Lacan e Freud numa representação do todo apreendida dos fragmentos.

Quando leio trechos de mensagens, conversas, depoimentos e frases dos envolvidos nas investigações da Lava Jato, de Lula, dos advogados deles e outros defensores, penso como, à semelhança do livro delicioso de Barthes, esses fragmentos representam um todo claramente apreensível. Os participantes do discurso asqueroso aparecem ou reaparecem em fragmentos diferentes unificado pela linguagem do lulopetismo – o esbulho da nação, em valores materiais e imateriais, para servir a uma seita e respectivos sócios; o Estado tornado um ente a serviço do partido; o país arruinado em roubalheira, incompetência e na obsessão da manutenção do poder.

Esse fenômeno que hospeda na alma um cio patológico, à disposição do qual ata o país, impede qualquer solução; essa força cega e bruta de bicho quando quer procriar nos trouxe a uma crise múltipla que o governo não quer resolver porque se gasta na obsessão ineficaz de se manter no poder; não sabe resolver porque incompetente; e, se competente fosse, não resolveria porque não tem credibilidade.

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O PT se ocupa em salvar o próprio dono e investirá furiosamente na ruína do país para livrar o jeca que jamais se levantará da tumba moral. Fragmentos das falas de Dilma Rousseff sobre o Aedes aegypti (rebatizado por ela de Aedes egipsi) reafirmam que um governo incapaz de fazer mal a um mosquito continua, como o antecessor, indiferente ao drama de cada brasileiro que depende do sistema público de saúde.

No fragmento da fala de Marco Aurélio Garcia, especialista na moral inóspita ao sofrimento alheio, referir-se ao triplex como “fubango” não apenas tripudia dos milhares de bancários roubados pela Bancoop – eis aí quem acha que gente humilde não pode ter apartamento na praia –, como também informa que a indignidade da coisa não é a coisa toda indigna, mas o baixo valor dela.

O Roda Viva debater a crise é importante como registro das análises lúcidas que identifiquem o governo fubango de substância moral repugnante como sinônimo da crise e serem consideradas quando esse discurso asqueroso for silenciado.

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