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Valentina de Botas: A dublê do jeca segue abolindo os limites do cinismo

VALENTINA DE BOTAS “Primeiro, eu não vou comentar as palavras do presidente da Câmara”, avisa a presidente para, em seguida, comentar as palavras do presidente da Câmara: “O meu governo não está envolvido em nenhum escândalo de corrupção; não é o meu governo que está sendo acusado atualmente”. Dilma Rousseff segue abolindo os limites do […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 00h16 - Publicado em 21 out 2015, 15h07

VALENTINA DE BOTAS

“Primeiro, eu não vou comentar as palavras do presidente da Câmara”, avisa a presidente para, em seguida, comentar as palavras do presidente da Câmara: “O meu governo não está envolvido em nenhum escândalo de corrupção; não é o meu governo que está sendo acusado atualmente”. Dilma Rousseff segue abolindo os limites do cinismo dilatados cotidianamente pelo lulopetismo.

Acontecimentos quase banais rompem algo dentro dos personagens, revelando-lhes o mundo e eles próprios, ou um outro sentido deles, sempre mais verdadeiro. Perplexos, até eventualmente mais infelizes, mas sempre transformados por tomar consciência de algo que suas almas apenas tateavam. De verdade mesmo, talvez ninguém queira encarar a verdade. Só que ela não se importa com nossos queres.

Clarice Lispector dizia que a liberdade dela era escrever, que a palavra era o domínio dela sobre o mundo e sabemos como a grande escritora foi mestre em fragmentar enredos para buscar a completude possível nas pessoas, fazendo-nos íntimos até de personagens sem nome. E o nome dele era Luiz Sérgio e o dela, Dilma Rousseff. Nascidos para o mesmo bando. Dilma é muito boa nisso de ser Dilma, felizmente só coube a ela ser alguém que consegue o assombro de passar por experiências repetitivas – a série de mentiras alinhavadas pelo cinismo, o pão da alma lulopetista – e não se transformar.

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Uma patifaria após outra, um vexame linguístico-cognitivo após outro e eis Dilma cada vez mais Dilma. Na Suécia, novo fragmento da realidade expõe a incurável dublê do jeca ao irrevogável: jamais deveria ser presidente de um país, qualquer um. Imperturbável como só os imbecis, livre do saudável exercício da dúvida e de algum pudor, a presidente não se satisfaz com o cardápio diário de vigarices: consecutivamente a eles, toma a sobremesa na forma da dissimulação, da arrogância desse seu jeito estúpido de dizer coisas, quaisquer coisas, desde que não seja a verdade.

Pois Dilma, no tom e na linguagem corporal, acha que tripudiou sobre Eduardo Cunha, enquanto deixou em casa uma nanominiatura moral e intelectual como Luiz Sérgio a dar aos mandantes do assalto à Petrobras o atestado de lisura que só um Luiz Sérgio daria. Não! A presidente tripudiou sobre o país exausto, preso entre a náusea e o cansaço. A súcia aposta neste presente incessante em que as culminâncias do regime narrado por si mesmo resultam num Ionesco oligofrêncio, num Samuel Beckett da roubalheira, num Gregor Samsa estupidamente feliz.

À crônica do cinismo se juntam, por exemplo, o relatório do Luiz Sérgio, a alegação de que os crimes contra a lei de responsabilidade fiscal não são crimes, a coreografia pornográfica do jeca para se safar. Na noite interminável do lulopetismo, o regime não mudou, apenas se revelou piorando a fraude que sempre foi sem que seus personagens se deixassem transformar pela verdade cerzida no avesso da narrativa canalha: o país se transformou na consciência de que está submetido a canalhas. A partir disso e das ruas recentemente redescobertas, a narrativa pode ser outra.

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