Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

Augusto Nunes

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

O São Sebastião de retrato e um Juruna sem cérebro

As proezas do procurador Rodrigo Janot e do bandido Joesley Batista parecem coisa de cinema, mas aconteceram no Brasil real

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 20h46 - Publicado em 6 set 2017, 12h25

Extasiado com o papel de arqueiro-principal da República, Rodrigo Janot nem esperou que Joesley Batista provasse o que dissera para, escorado no primeiro lote de denúncias do dono da JBS, alvejar o Palácio do Planalto com uma chuva de flechas envenenadas. Só nesta terça-feira descobriu que, além do inimigo prioritário, acertou o próprio corpo — e com tamanha intensidade que ficou parecido com um São Sebastião de retrato.

Nos últimos dias do mandato, o procurador-geral Rodrigo Janot transformou-se de vez na versão brasileira ─ e piorada ─ de um célebre personagem do cinema: o Inspetor Clouseau, da série A Pantera Cor de Rosa. Até o detetive trapalhão interpretado pelo ator inglês Peter Sellers teria descoberto, aos cinco minutos do depoimento inaugural, que o empresário bandido estava escondendo as informações mais importantes.

Embora Janot rime com Clouseau, a cópia é bem mais desastrada e muito menos divertida que o original. Maluquices cinematográficas só produzem consequências na tela. O Brasil anda parecido com faroestes de quinta categoria, mas é real. A turma no saloon ficou um pouco mais assustadora depois dos assombros materializados pela dupla Janot-Joesley. Agindo em invejável sintonia, eles pariram, entre outros espantos, a meia delação premiadíssima.

Tal obscenidade será abortada pela façanha inverossímil incluída no segundo capítulo da delação do açougueiro predileto de Lula. Sem intimidade com o gravador que registraria encontros de alta periculosidade com figuras na mira de Janot, deixou o aparelho ligado enquanto conversava horas a fio com um comparsa. O conteúdo do diálogo vai substituir o habeas corpus vitalício por uma pedagógica temporada na cadeia. E já o transformou numa caricatura idiotizada de Mario Juruna, o cacique que enquanto foi deputado federal gravou todas as conversas com autoridades que lhe apareciam pela proa.

Continua após a publicidade

Joesley é a prova mais contundente de que, no Brasil de Lula e Dilma, não era preciso ter visão empresarial (eventualmente, nem mesmo cérebro) para virar bilionário. Bastava ter a bênção do chefão e o segredo do cofre do BNDES.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.