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J. R. Guzzo: Emergentes em queda

Publicado na revista EXAME Lá se vai para o espaço, a bordo de um camburão da Polícia Federal, mais um empresário emergente do Brasil do ex-presidente Lula, da presidente oficial Dilma Rousseff e do Partido dos Trabalhadores. Foi a vez, agora, do banqueiro André Esteves, preso por suspeitas de corrupção múltipla por decisão do Supremo Tribunal Federal […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 23h57 - Publicado em 4 dez 2015, 08h30

Publicado na revista EXAME

Lá se vai para o espaço, a bordo de um camburão da Polícia Federal, mais um empresário emergente do Brasil do ex-presidente Lula, da presidente oficial Dilma Rousseff e do Partido dos Trabalhadores. Foi a vez, agora, do banqueiro André Esteves, preso por suspeitas de corrupção múltipla por decisão do Supremo Tribunal Federal e trancafiado no conjunto de presídios de Bangu, no Rio de Janeiro, à espera de uma definição de seu destino pela Justiça penal. Empresários que aparecem do nada e acabam indo para o nada, sem nunca deixar claro como e por que subiram tanto entre um momento e outro, parecem fazer parte do histórico movimento de “ascensão social” que Lula garante ter criado no Brasil de 2003 para cá — um benfazejo complemento ao “resgate” de “milhões” de pobres que o governo petista retirou do infortúnio e colocou na “classe média”, segundo espalha há anos sua máquina de propaganda. No mundo dos fatos, como se sabe, a principal característica desse fenômeno é que ele não existe. No mundo dos bem-aventurados que se viram promovidos diretamente para a condição de bilionários, a subida realmente aconteceu — mas tem durado pouco e, ao se desfazer, deixa prodigiosos prejuízos para o Erário público. Ou, mais exatamente, para quem entra realmente com o dinheiro — o pagador de impostos em geral.

André Esteves, espantosamente rico aos 47 anos de idade como líder do conglomerado financeiro BTG Pactual, segue de perto — para ficar apenas no exemplo mais notório — o comentadíssimo Eike Batista. Lembram-se dele? Era outro amigo-irmão-camarada dos arquiduques dos governos Lula-Dilma. Tinha um espetacular talento para convencer o BNDES a lhe emprestar bilhões, dando em garantia a miragem de projetos que jamais executou ou que jamais deram um tostão de retorno. Dizia-se a caminho de ser, um dia, o homem mais rico do mundo — e era levado perfeitamente a sério, a começar pela mídia. Um belo dia quebrou, é claro, porque isso é o que sempre acontece com quem deve e não mostra dinheiro de verdade para pagar. Hoje declara-se apenas um cidadão de “classe média”. Seu percurso, naturalmente, não é igual ao de Esteves — Eike não está em Bangu, nem no xadrez da Polícia Federal de Curitiba por causa da Operação Lava Jato, nem foi citado formalmente como pagador de propinas ao senador Fernando Collor ou a outras estrelas do governo popular do PT. Mas é basicamente no mesmo caldo de bactérias que ele viveu seus curtos anos como “campeão nacional”, um tipo de ente econômico criado nas fantasias de Lula, Dilma e seus luas pretas para ajudar na construção do “Brasil potência”, que iria mostrar ao Primeiro Mundo capitalista a genialidade de “um operário que chegou à Presidência da República” etc. etc. etc. Deu nisso.

A nova classe de empresários-banqueiros-milionários gerada nas presidências do PT inclui muita gente mais. Há o notável José Carlos Bumlai, pecuarista, usineiro e súbito investidor em petróleo, o amigo pessoal de Lula que desfrutava de acesso livre ao Palácio do Planalto “em qualquer tempo e em qualquer circunstância” e que conseguiu o prodígio de ficar devendo quase 500 milhões de reais ao BNDES com lastro em empresas quebradas. Há o defunto banco Schahin, envolvido até o talo num escândalo de aluguel de sondas à Petrobras e com diretores em posição de destaque na lista dos beneficiários da “delação premiada” na Operação Lava-Jato. Há o extraordinário “complexo industrial” Sete Brasil, criado para fornecer (aqui vão elas de novo) essas benditas sondas à Petrobras, em obediência à ordem de Lula que obrigou a empresa a comprar “equipamento nacional” para a exploração de seus poços em alto-mar. Lula, como se sabe, festejou a própria decisão dizendo que tinha ressuscitado a “indústria naval neste país”. A Sete Brasil, também envolvida com propinas e com Esteves, está hoje em estado falimentar; sua demolição já custou, só em 2015, a demissão de 20 000 empregados de estaleiros pelo Brasil afora.

É o modelo Lula de avanço social.

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