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Dilma Rousseff explica o segundo emprego de Afif Domingos: ‘É necessário um processo de expansão para depois abrir um processo de redução e assinamento’

“Não vou renunciar ao cargo de vice-governador porque fui eleito”, reincidiu Guilherme Afif Domingos nesta sexta-feira. Mais uma tapeação de quinta categoria, constata o comentário de 1 minuto para o site de VEJA. Em 2010, o eleito foi Geraldo Alckmin, que voltou ao Palácio dos Bandeirantes com o apoio de uma aliança antipetista. Brasileiro vota […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 06h16 - Publicado em 12 Maio 2013, 18h00

“Não vou renunciar ao cargo de vice-governador porque fui eleito”, reincidiu Guilherme Afif Domingos nesta sexta-feira. Mais uma tapeação de quinta categoria, constata o comentário de 1 minuto para o site de VEJA. Em 2010, o eleito foi Geraldo Alckmin, que voltou ao Palácio dos Bandeirantes com o apoio de uma aliança antipetista. Brasileiro vota no cabeça de chapa. Vice vem na garupa. Afif não foi escolhido pelos eleitores, mas pelos pajés do DEM oposicionista ─ que depois trocaria pelo invertebrado PSD.

Sem ficar ruborizado, o 39° ministro de Dilma Rousseff alega que resolveu continuar no posto que  abandonou para não decepcionar os eleitores atraiçoados, que já lhe riscaram a testa com a marca da infâmia. Quem ouve Afif sem se sentir nauseado deve ter achado muito claro e convincente o palavrório despejado por Dilma Rousseff para justificar a engorda do primeiro escalão. “E por que um novo ministério?”, perguntou a presidente na cerimônia de posse em que Afif ensinou como deve beijar a mão da sinhá mandona quem acabou de juntar-se à criadagem da casa-grande.

Em países que fazem sentido, a resposta de Dilma à pergunta do neurônio solitário teria induzido qualquer bebê de colo a exigir aos berros a imediata internação da declarante num hospício de segurança máxima.”No Brasil nós temos de ter e de reconhecer que é necessário um processo de expansão para depois abrir um processo de redução e assinamento”, desandou a Doutora em Nada. Como isto é o País do Carnaval, a plateia amestrada aplaudiu com bastante entusiasmo o que também não entendeu.

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O Brasil que resiste à Era da Mediocridade ficaria menos perplexo se os dois parceiros contassem a verdade. Até a caxirola que a madrinha dos inventores de araque ganhou de Carlinhos Brown sabe que  Afif foi incorporado à multidão de ministros porque contrato é contrato. Numa das cláusulas do contrato de aluguel costurado por Dilma e Gilberto Kassab, ficou combinado que o PSD, em troca do apoio do Planalto, receberia também um pedaço do primeiro escalão (cofres incluídos).

Até meados de 2005, o governo Lula valeu-se do esquema do mensalão para saciar a fome do PT e dos partidos aliados — e para garantir a obediência da base alugada no Congresso. A desmontagem da quadrilha exigiu a modernização da metodologia. E o mensalão foi substituído pelo loteamento do primeiro escalão: em vez de pagar em dinheiro, o Planalto passou a remunerar com ministérios o entusiasmo do PT e a lealdade dos comparsas.

Em 2002, por exemplo, o PL de Valdemar Costa Neto levou R$ 10 milhões para entender descobrir que Lula era o cara. Em 2010, para enxergar em Dilma Rousseff a sucessora dos sonhos do PL com novo nome, o PR de Valdemar Costa Neto ganhou o Ministério dos Transportes. Nos tempos do mensalão,  o Planalto e o PT centralizavam a arrecadação e o repasse dos milhões de reais. A reciclagem da safadeza deixou a coisa menos tosca.

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Já não é preciso forjar empréstimos bancários nem circular por aí com malas de dinheiro vivo. Basta distribuir ministérios com porteira fechada. Cada partido faz o que quer com a capitania que lhe coube explorar. Alguns donatários procuram agir com cuidado, para evitar o risco do pouso forçado no noticiário político-policial. Mas nem todos têm paciência para planejar o assalto com profissionalismo e sem açodamentos.

Os que exageram na pilhagem sem cautela acabam tropeçando em denúncias da imprensa ou achados da Polícia Federal que forçam a reentrada em cena da única faxineira que não consegue viver sem lixo por perto. Simula-se outra ação de despejo. O partido supostamente castigado não se queixa: logo virá a anistia, além da reparação do prejuízo (com juros). E vida que segue.

A capitania confiada ao PSD será administrada por um ex-inimigo que se converteu em lulista desde criancinha depois da aparição do primeiro partido que não é de esquerda, nem de direita e nem de centro. Como o PSD, Guilherme Afif Domingos é do governo. Topa qualquer um, mas dá preferência a governos que estimulam e facilitam a realização de negócios extraordinariamente lucrativos.

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É por isso que Afif chegou lá. O resto é conversa de 171, muito apreciada tanto pelo vendedor que não diz o que sabe quanto pela compradora que não sabe o que diz.

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