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“Baile de máscaras” e outras notas de Carlos Brickmann

Quem quiser conhecer as ideias de Haddad sobre o Brasil, esqueça: ele diz que seu plano de governo, caso eleito, é chamado de Plano Lula

Por Carlos Brickmann
Atualizado em 30 jul 2020, 20h20 - Publicado em 16 set 2018, 07h05

Publicado na Coluna de Carlos Brickmann

Fernando Haddad não é mais Fernando Haddad: é Luiz Fernando Lula Haddad. Quem quiser conhecer suas ideias sobre o Brasil, esqueça: ele diz que seu plano de governo, caso eleito, é chamado de Plano Lula. Mas será um dirigente afirmativo: dirá “sim, senhor” a tudo o que Lula mandar.

Bolsonaro é paz e amor. Ele dizia que, depois de quatro filhos, fraquejou e teve uma filha – mas agora sua campanha preparou um vídeo para reduzir a rejeição no eleitorado feminino (se houver referência a “empoderamento” feminino, entretanto, pode ser rejeitado por chatice). E, hoje, simplesmente adora gays: em outro vídeo, cumprimenta amistosamente um homossexual.

Geraldo Alckmin, que, depois de ganhar quase metade do tempo total da TV, já se via no segundo turno, aceita hoje ser o menos pior. A frase, dita por sua vice, a senadora Ana Amélia, é ótima: “Nem na faca, nem na bala. Vote Geraldo Alckmin”. Ana Amélia fez sua parte, Alckmin tem agora de fazer a dele: apanhar de Bolsonaro em seu reduto, São Paulo, é feio demais.

Marina, que qual cometa aparece de quatro em quatro anos dizendo ser a favor do bem e contra o mal, incorporou o mais feroz espírito da floresta; bateu forte no general Mourão, vice de Bolsonaro, que andou se excedendo ao sugerir que a atual Constituição seja trocada por outra, em que o eleitor só tenha o direito de votar num referendo. Marina é suave, Mourão é bravo – mas é difícil reagir contra Marina sem parecer prepotente e grosseiro.

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O novo Ciro

A surpresa da campanha é Ciro Gomes. Ciro é bom de campanha, tem o que dizer, mas tem também o hábito de se exceder nos comentários e ficar no caminho. Agora está se controlando e pode até chegar ao segundo turno.

 

As pesquisas

Outra surpresa: as pesquisas não se comportam como era esperado. Alckmin, com TV e tudo, comporta-se como um bom chuchu, Caso se livre da árvore a que está preso, cai, em vez de subir. Nem a TV pôde ajudá-lo: tem o horário gratuito, Bolsonaro tem o tempo todo. Bolsonaro, vítima de atentado, subiu pouco. Está bem na frente, mas já estava antes da facada. E quatro candidatos disputam o segundo lugar, embolados: Marina, Alckmin, Ciro e Haddad. Mas é cedo para fazer previsões. Quantos eleitores de Lula irão para Haddad? Como os bolsonaristas vão reagir a sua ausência da campanha? Se Haddad subir e Bolsonaro cair, a quem irão os antiesquerdistas dar seu voto: Alckmin? Meirelles, tão sem sal quanto ele mas sem TV? Ciro, talvez – e quanto dos votos que o PT considera seus irão para Ciro e Marina? Serão suficientes para levá-los ao segundo turno?

 

Quero ser ele!

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Como homenagem a Lula, Haddad lançou-se candidato na porta da cadeia e, bem treinado, ficou repetindo o nome do padrinho. Levantamento de O Globo mostra que Haddad, em seu primeiro contato com a população, citou o nome de Lula uma vez a cada período de 22 segundos. Fez três discursos, que juntos duraram pouco mais de 11 minutos, e neles citou Lula pelo nome por 31 vezes (houve outras em que o citou, mas sem o nome: só como “presidente” e “ele”). Os animadores de campanha o chamavam de “Fernando Lula Haddad” e “Luiz Fernando Lula Haddad”.

 

O Alckmin eletrônico

Geraldo Alckmin fez um divertido programa de TV. Nele, incluiu entre as obras paradas do Governo Federal, em Goiás, o aeroporto de Anápolis. Pois é, o aeroporto deveria estar concluído em 2014, continua em obras, o custo, que deveria ser de R$ 270 milhões, já está em R$ 330 milhões, só que o Governo Federal nada tem com isso: a obra é do Governo goiano, foi iniciada (e deixada por concluir) por Marconi Perillo – um dos coordenadores da campanha de Alckmin. E o vice que substituiu Perillo, José Elinton, PSDB, teve de usar a campanha (está, apesar, ou por causa, do apoio de Perillo, bem abaixo de Ronaldo Caiado) para desmenti-lo.

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Ele é mas não é

Lembre: numa eleição anterior, Ciro Gomes foi massacrado por dizer que tinha estudado só em escolas públicas (havia entre suas escolas uma particular). Pois é: Haddad também entrou nessa. No site do PT, havia esta frase sobre ele: “Mesmo tendo estudado sempre em escola pública, Haddad se formou em Direito pela Universidade de São Paulo, depois se tornou mestre em Economia e doutor em Filosofia”. O jornalista Josias de Souza, do UOL, pesquisou a informação: Haddad fez educação infantil e ensino fundamental em renomada escola particular, o Ateneu Ricardo Nunes; em seguida, fez o Colégio Bandeirantes, um dos mais caros de São Paulo.

 

Quero ser ela!

O PT tirou do site a informação falsa, mas não informou que Haddad, antes do curso superior, só tinha estudado em escolas privadas de elite.

Tudo bem: Dilma não dizia que tinha um doutorado que não tinha?

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