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A presidente tenta inventar o critério do prontuário para reduzir o índice de criminalidade no primeiro escalão

ATUALIZADO ÀS 18H44 Em nações adultas, ministros de Estado são escolhidos pelo currículo. No Brasil das molecagens bilionárias, algemado pelo primitivismo do PT, Dilma Rousseff resolveu basear-se no prontuário dos pretendentes para remontar o primeiro escalão. Anotações antigas não contam (da mesma forma que evidências veementes de inépcia). Como informou nesta terça-feira o site de […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 02h25 - Publicado em 24 dez 2014, 18h44

ATUALIZADO ÀS 18H44

Em nações adultas, ministros de Estado são escolhidos pelo currículo. No Brasil das molecagens bilionárias, algemado pelo primitivismo do PT, Dilma Rousseff resolveu basear-se no prontuário dos pretendentes para remontar o primeiro escalão. Anotações antigas não contam (da mesma forma que evidências veementes de inépcia). Como informou nesta terça-feira o site de VEJA, o único exame eliminatório se limita a avaliar os barulhos e estragos que podem ser causados pela incorporação à ficha policial de novas delinquências, principalmente se vinculadas ao oceano de bandalheiras envolvendo a Petrobras.

O deputado federal Henrique Alves, por exemplo, era um nome certo na lista dos novos ministros. Deixou de sê-lo pela certeza de que logo estará exposto na vitrine do Petrolão. Dilma insiste em manter nos cargos os pecadores de estimação que já estavam por perto quando o escândalo explodiu ─ teimosia que explica a sobrevivência de Graça Foster. Mas não quer ampliar a procissão de problemas com a nomeação de figuras que, antes da primeira linha do discurso de posse, estarão depondo no noticiário político-policial.

A desastrada tentativa de instituir o critério do prontuário assombrou um país que já não se espanta com nada. Não seria outra invencionice da oposição essa história de que a presidente pediu socorro ao procurador-geral para não elevar mais um pouco a taxa de criminalidade do Poder Executivo? Não seria outra molecagem da elite golpista espalhar que Rodrigo Janot rechaçara a maluquice tilegal? Como acreditar que o emissário designado pelo Planalto fora capaz de murmurar que, nesse caso, a chefe se contentaria com uma relação dos réus iminentes, desacompanhada dos delitos atribuídos a cada um?

Pois foi tudo verdade, confessou no começo da tarde José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça e estafeta de Dilma. “Fiz ao Janot a ponderação de que gostaríamos de informações sobre nomes que comporiam a nossa equipe independentemente de qualquer detalhamento”, declamou ao som da lira do delírio. “Mas ele ponderou que não poderia fornecer qualquer tipo de informação a respeito da Operação Lava Jato uma vez que essa questão está sob segredo de Justiça”.

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Quer dizer: o titular do Ministério ao qual está subordinada a Polícia Federal andou caçando informações que talvez reduzissem a multidão de colegas criminosos. E fez isso por determinação da presidente que, há poucos dias, teve outro chilique ao saber do conselho muito sensato que o procurador-geral lhe dera publicamente: demitir imediatamente a diretoria da estatal, começando pela amiga que chama de Graciosa.

Esse monumento ao surrealismo foi implodido pela mordacidade de  Aécio Neves e pela franqueza de Joaquim Barbosa. “Antes de terceirizar a responsabilidade por seu ministério, Dilma deveria acatar o procurador e trocar já a chefia da Petrobras”, mirou na testa o presidente do PSDB. O relator do julgamento do mensalão usou o Twitter para pegar no fígado: “Que degradação institucional! Nossa presidente vai consultar órgão de persecução criminal antes de nomear um membro do seu governo!!!”.

O lote de novos ministros anunciado no começo da noite de terça avisou que ou Dilma não conseguiu saber o que andarem fazendo os convocados ou desistiu de fingir que agora aprecia ter ao lado gente honesta. A safra de espantos é tão diversificada e surpreendente que faltou espaço no noticiário para que fosse saudada com tambores e clarins a entrada em cena, no palco nacional, do promissor representante da segunda geração da família Barbalho: Hélder, filhote de Jader e Alcione.

O jovem pai-da-pátria ganhou o Ministério da Pesca e Aquicultura como prêmio de consolação pela derrota na disputa do governo do Pará. Já aprendeu muita coisa em casa. (O pai decerto lhe contou, por exemplo, como se faz tanto dinheiro com um ranário). Em Brasília, convivendo com um Gilberto Kassab ou um Cid Gomes, ouvindo com atenção os veteranos, o garotão logo estará pronto para demonstrar que até o mais desdenhado dos ministérios pode ser extraordinariamente lucrativo.

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No Brasil, abstraída a população carcerária, a maior concentração de patifes por metro quadrado está alojada na Esplanada de Ministérios. Se quisesse mesmo combater a corrupção cinco estrelas, bastaria que Dilma reunisse o primeiro escalão, estendesse a convocação aos diretores das estatais e, já na abertura do congresso de ‘capivaras’, desse voz de prisão aos presentes.

No segundo seguinte, meio mundo estaria com os dois braços erguidos. O resto já teria saído em desabalada carreira.

 

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