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Por Alberto Carlos Almeida
Opinião política baseada em fatos
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Bolsonaro e Crivella: a prova cabal de que as instituições venceram

O presidente caminha para disputar a sua reeleição em 2022, com o apoio dos Crivellas da vida

Por Alberto Carlos Almeida Atualizado em 22 dez 2020, 12h16 - Publicado em 22 dez 2020, 12h15

A eleição municipal terminou em 29 de novembro, até esta data Bolsonaro apoiou Crivella ostensivamente. Hoje, com a prisão do prefeito do Rio de janeiro, isso está sendo relembrado: já há nas redes sociais dezenas de vídeos nos quais o Presidente pede voto para a reeleição do bispo da Igreja Universal de maneira entusiasmada. Eis a prova cabal de vitória das instituições consensuais do Brasil.

É verdade que episódio de hoje pode ser analisado sob vários ângulos: a dificuldade de o Rio de Janeiro se livrar de políticos corruptos, a fraqueza da ideia de que punições mais severas e previsíveis levam à redução do crime, a aliança de Bolsonaro com Edir Macedo, a natureza erradamente midiática de operações autorizadas pela justiça, o fato de que sua prisão foi covardemente decretada durante o recesso do Poder Judiciário e ainda a violação da natureza excepcional de prisões provisórias e preventivas. Sabemos que 40% da população carcerária do Brasil sequer foi julgada em primeira instância, na sua maioria estão presos por obra e graça do instituto da prisão em flagrante. Todas estas perspectivas são meritórias, porém, não devemos deixar de lado a perspectiva do funcionamento do sistema político brasileiro.

Bolsonaro foi eleito contra tudo e contra todos: ele rejeitou o apoio dos partidos do Centrão. Apenas na reta final do primeiro turno o então candidato do PSL teve o apoio de Edir Macedo e de sua igreja. Além disso, ele utilizou à exaustão o discurso de que não cederia à barganha política e governaria com técnicos no ministério. Como prova de seu compromisso, além de ter reduzido o número de pastas ele nomeou dois super-ministros não indicados por políticos: Paulo Guedes e Sérgio Moro. Todo este quadro já parece tão distante quanto a era dos dinossauros.

Assim, chegada a eleição de 2020 o Bolsonaro de 2018 já não mais existia. Em função da perda de popularidade ocorrida no início deste ano ele precisou do apoio dos partidos do Centrão. Foi a volta do filho pródigo: o PSL tinha sido o nono partido de Bolsonaro, porém ele tinha ficado mais tempo no PP. O exercício do cargo com todas as suas vicissitudes, combinadas com o formato institucional do Brasil, o do presidencialismo de coalizão, obrigou Bolsonaro a buscar apoio político. Como diz o ditado: perdido por um, perdido por mil. No colo do Centrão, o Presidente da República passou a cumprir o que se espera de qualquer mandatário máximo do país, fazer a política como ela é, não como ela deveria ser (até mesmo para um segmento considerável de seus eleitores). Resultado, Bolsonaro passou a ser visto apoiando os mais diversos políticos, incluindo-se o prefeito Marcelo Crivella.

O episódio de hoje apenas reforça os vínculos de Bolsonaro com o sistema político, com nossas instituições, tornando muito improvável tanto qualquer aventura de fechamento do regime quanto de impeachment. O presidente caminha para disputar a sua reeleição em 2022 com o apoio dos crivellas da vida.

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