Um estudo do departamento de psicologia comportamental da Universidade Cornell (EUA) concluiu que as pessoas são mais afeitas a dizer sim do que não.
Por quinze anos, a pesquisadora Vanessa Bohns realizou experimentos sociais com cerca de 15 mil pessoas: sua equipe abordava estranhos na rua e pedia que fizessem alguma coisa inesperada.
Em uma situação, jovens pediam para usar o celular de um desconhecido, dizendo que a bateria do seu havia acabado. A expectativa era a de que 90% recusassem, mas metade aceitou ajudar.
A dificuldade de negar ajuda ou pedido tem raízes na pré-história, quando se percebeu que as chances de sobrevivência eram maiores se as pessoas colaborassem umas com as outras.
Além disso, as decisões mais banais ativam um sistema neurológico automático e intuitivo — daí ser comum a pessoa só parar para pensar depois de responder positivamente a uma solicitação.
Nos tempos modernos, esse condicionamento virou, em algumas pessoas, motivo de enorme angústia, sintoma de um distúrbio conhecido como ansiedade de insinuação.
Impor limites para si e para os outros é fundamental para a formação da identidade dos indivíduos e de seu posicionamento em sociedade.
Duas recomendações valiosas para quem não consegue dizer não: 1) pare e pense antes de responder e 2) se já sabe que o pedido virá, planeje a negativa com antecedência.
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