Diante da doença incurável, ou em estado terminal, a reação mais comum do paciente é encarar cirurgias, procedimentos invasivos, tratamentos experimentais e tudo o que possa prolongar a vida.
Uma corrente da medicina, no entanto, levanta a questão: será que aceitar o fim não é o caminho para se preparar para ele da melhor forma possível?
A opção por cuidados paliativos, um conjunto de providências que buscam tornar menos doloroso processo de enfrentar uma doença ameaçadora à vida ou terminal, vem ganhando cada vez mais adeptos.
“Existe muito preconceito em torno da medicina paliativa. Não se trata de desistir de tratar a doença, mas de dar atenção a todas as questões relacionadas ao paciente”, explica o médico Daniel Neves Forte.
Segundo a OMS, cuidados paliativos consistem “no tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais”, administrados por uma equipe multidisciplinar.
O protocolo foi criado pela médica inglesa Cicely Saunders, fundadora em 1967 do St. Christopher’s Hospice, que oferecia cuidado integral ao paciente terminal, com controle de sintomas e alívio da dor e do sofrimento psicológico.
Admitir que o fim está próximo, elaborar junto com a família maneiras de atenuar a dor e até pensar na melhor forma de morrer é tarefa sempre desafiadora e desconfortável.
“Não é fácil se conformar com o fim da vida, mas há como se confortar. E os cuidados paliativos podem ser essa virada de chave”, resume Nazaré Jacobucci, psicóloga especialista em luto.
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