Elas monitoram cenas picantes em produções audiovisuais
As coordenadoras de intimidade — em sua maioria, mulheres — são responsáveis por planejar e fiscalizar cenas picantes, garantindo que não haja constrangimentos para os atores em produções.
A tendência começou em 2017, após os abusos de Harvey Weinstein deflagrarem o movimento #MeToo e alertarem sobre a necessidade de um cuidado extra nos sets.
Na ebulição dos protestos feministas, a atriz Emily Meade solicitou à HBO uma espécie de “protetora” para as cenas sexuais de 'The Deuce', série sobre a indústria pornográfica nos anos 1970 e 1980.
No geral, a rotina das guardiãs se assemelha à de um preparador de elenco, mas com olhar mais apurado para questões que possam causar algum desconforto.
Tudo começa com uma análise do roteiro para identificar cenas que mereçam cuidado. Depois elas falam com o diretor para entender o que ele espera e, em seguida, conversam com os atores.
Com todos de acordo, os ensaios começam. É nessa fase que se definem os movimentos que serão executados diante das câmeras. A coordenadora acompanha toda a gravação e limita quem pode estar presente no set.
O trabalho exige tato para conciliar a vontade da direção com o conforto do elenco e o resultado final — que precisa parecer natural (e convincente) para o público.
Essa nova cultura pode ajudar a evitar casos como o de Maria Schneider, que saiu traumatizada da “cena da manteiga” de 'O Último Tango em Paris'. O diretor Bernardo Bertolucci não a alertou sobre o que sofreria nas mãos de Marlon Brando.
veja.abril.com.br/cultura/
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