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UE deve propor meta climática mais flexível em julho para conter resistência ao Pacto Verde

Objetivo é manter a ambição climática sem comprometer o apoio político necessário para aprovar a medida

Por Ernesto Neves Atualizado em 2 jun 2025, 11h08 - Publicado em 2 jun 2025, 11h06

A União Europeia deve apresentar no início de julho uma proposta revisada de meta climática, que prevê maior flexibilidade na trajetória de redução de emissões até 2040.

A medida é uma tentativa de preservar a agenda ambiental do bloco diante do avanço de forças políticas conservadoras em diversos países-membros.

Segundo fontes diplomáticas com conhecimento das negociações, a Comissão Europeia — braço executivo da UE — considera oficializar a nova meta no dia 2 de julho.

A proposta, ainda em elaboração, pode incluir a utilização limitada de créditos de carbono internacionais e a eliminação de metas obrigatórias específicas por setor econômico.

O texto também deve contemplar os chamados “removals”, ou seja, atividades que removem dióxido de carbono da atmosfera ou evitam que ele seja emitido.

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O objetivo é manter a ambição climática sem comprometer o apoio político necessário para aprovar a medida tanto no Parlamento Europeu quanto no Conselho da UE.

Apesar de manter a recomendação de cortar as emissões líquidas em 90% até 2040, como etapa intermediária rumo à neutralidade de carbono até meados do século, a Comissão Europeia reconhece a necessidade de concessões para garantir adesão ao plano.

As pressões vêm principalmente de países como Polônia e de partidos conservadores céticos em relação às mudanças climáticas.

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A expectativa é que a proposta avance após a Polônia concluir sua presidência rotativa da UE em junho.

O país, que se opõe abertamente à meta de 90%, vive um momento político delicado, com eleições presidenciais disputadas entre o prefeito progressista de Varsóvia, Rafal Trzaskowski, e o nacionalista Karol Nawrocki.

A partir de 1º de julho, a presidência será transferida à Dinamarca, o que pode favorecer um ambiente mais alinhado com as políticas climáticas.

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Além de uma resposta política, a flexibilização também busca atender aos receios do setor produtivo europeu, que teme perder competitividade diante de metas ambientais mais rígidas e custos elevados de energia.

Ao aliviar a rigidez regulatória, Bruxelas espera manter o interesse de investidores e evitar a fuga de capitais.

A inclusão de créditos internacionais, por sua vez, tem gerado grande expectativa no mercado global de carbono.

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Há pressão para que a UE aceite projetos certificados em países fora da Europa, conforme previsto no Artigo 6 do Acordo de Paris.

Nos últimos meses, Alemanha e Polônia manifestaram apoio à ideia de permitir que até 3% da meta de redução venha de projetos ambientais permanentes realizados em nações parceiras.

Embora o bloco tenha proibido o uso de créditos extraterritoriais desde 2021, devido a dúvidas sobre sua integridade ambiental, especialistas defendem uma reabertura criteriosa.

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Jos Delbeke, um dos responsáveis pela criação do Sistema de Comércio de Emissões da UE (ETS), sugeriu que o retorno desses créditos seja condicionado a critérios rigorosos de qualidade, volume, cronograma e participação em leilões europeus.

A nova proposta será peça-chave na reestruturação da arquitetura climática da União Europeia e terá impacto direto nas negociações globais sobre transição energética e mercado de carbono.

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