SP cria incentivo para projetos de restauração em área protegida
Governo paulista inclui geração de crédito de carbono como contrapartida nos projetos de concessão de serviços de restauração florestal

Até 2026, o governo paulista pretende restaurar 37 mil hectares de vegetação nativa de áreas de proteção, o equivalente a meia cidade de Campinas. Também nesta área, o Estado lança mão de parcerias com a iniciativa privada, para aumentar fechar as contas. São Paulo possui 4,6 milhões de hectares de área protegida, que consomem R$ 150 milhões por ano para manutenção. Com o objetivo de turbinar o interesse pela concessão remunerada de serviços de conservação e restauração de mata nativa em área protegida, nessa semana, o governo criou um atrativo a mais. Incluiu a possibilidade de geração e comercialização de crédito de carbono às empresas que prestarem serviço ao meio ambiente.
A ideia é boa pois a demanda pelo crédito de carbono está em ascensão. Há uma década, este mercado atingia US$ 200 milhões, em 2021, passou para US$ 1 bilhão, e deve chegar US$ 50 bilhões, até 2030, segundo a McKinsey. O Brasil detém 15% do total do bolo, com potencial de abocanhar 48,7%. No ano passado, a Bolsa do Brasil lançou uma plataforma de registro dos créditos, cujo o objetivo é monitorar a titularidade dos papeis e assim dar mais seriedade ao setor.
Balanço da restauração em 2024
“Nos últimos dois anos, restauramos o equivalente a 16,5 mil campos de futebol – quase 17 mil hectares”, diz a secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende. O total recuperado no período corresponde a 108 parques do tamanho do Ibirapuera, localizado na capital. No ano passado, 6,6 mil hectares foram recuperados e 10,4 mil hectares em 2024. E geral, as ações ocorrem em áreas de Mata Atlântica e Cerrado.
Pela primeira vez em 16 anos, o total de área regenerada da Mata Atlântica ultrapassou a quantidade de terras desmatadas, segundo levantamento da Fundação SOS Mata Atlântica e o MapBiomas. Os pesquisadores destacaram o Parque Ecológico de Guarapiranga, na capital, como exemplo de bom resultado. “Estamos aumentando o nosso poder de atração de investimento ao garantir segurança, clareza e a previsibilidade para participar da economia verde de São Paulo”, diz Natália.
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