Satélite capta Brasil encoberto por monóxido de carbono, gás venenoso e sem cheiro
Segundo o instituto MetSul, nível de monóxido de carbono está elevado em faixa que vai do Paraná ao Amazonas
O instituto de meteorologia MetSul emitiu um comunicado em que informa que a concentração de monóxido de carbono (CO) na atmosfera de boa parte do Brasil atingiu concentração elevadíssima nos últimos dias.
Essa é mais uma grave consequência dos incêndios que devastam o país, impulsionados pela pior seca já registrada na história nacional.
De acordo com o MetSul, toda fumaça tem em sua composição o monóxido de carbono, somado a vários outros componentes químicos.
A alta concentração do gás tóxico foi captada pelo satélite Sentinel-2 , que integra o sistema de vigilância atmosférica Copernicus, da União Europeia.
As imagens captaram elevados índices de monóxido de carbono principalmente numa extensa faixa que se estende do Paraná até a região amazônica, passando ainda sobre o Centro-Oeste e São Paulo.
A situação, segundo o levantamento, é particularmente grave no sul do Amazonas, em Rondônia e nos vizinhos Paraguai e Bolívia.
Incolor e sem cheiro, o monóxido de carbono pode ser fatal em ambientes fechados, sendo um dos poluentes com emissões severamente regulamentadas nos Estados Unidos e em outros países ao redor do globo.
“A inalação de fumaça por um curto período de tempo pode causar efeitos imediatos. A fumaça irrita os olhos, o nariz e a garganta, e seu odor pode ser nauseante. Estudos demonstraram que algumas pessoas expostas à fumaça intensa apresentam alterações temporárias na função pulmonar, o que torna a respiração mais difícil”, informa o MetSul.
Ainda de acordo com o instituto, a exposição ao monóxido de carbono deve ser evitada. Em períodos de crise como o atual, é aconselhável que a população limite o esforço físico e a exposição à fumaceira.
“Indivíduos com problemas cardiovasculares ou respiratórios (por exemplo, asma), fetos, bebês, crianças pequenas e idosos podem ser mais vulneráveis aos efeitos da exposição à fumaça na saúde”, informa o relatório.
Em 2024, cerca de 22 milhões de hectares foram queimados na Amazônia, no Cerrado e no Pantanal, três dos mais importantes biomas do país. Isso equivale à destruição de uma área maior do que o estado do Paraná.