São Paulo e Rio de Janeiro fazem homenagem ao Cerrado
Cristo Redentor e Obelisco do Ibirapuera são iluminados para comemorar o dia de um dos biomas mais importantes do país
A homenagem começa às 19h, no Rio de Janeiro, quando o Cristo Redentor será iluminado com luzes verdes. Meia hora depois, São Paulo, joga os holofotes para o Obelisco do Ibirapuera. Dura pouco tempo. Apenas uma hora, mas o suficiente para lembrar ao país, que o Cerrado pede socorro. O bioma é responsável pelo abastecimento de oito das 12 maiores regiões hidrográficas, incluindo as bacias do São Francisco, Tocantis, Paraguai e Paraná. Apesar dessa função estratégica, uma pesquisa feita pelo Sou Cerrado, revela que de cada 10 brasileiros, sete nunca ouviram falar no bioma. E, um terço, nem sabia que tem água por lá. Mesmo com tanta importância, o Cerrado continua sendo uma das vítimas do desmatamento. No ano passado, a devastação aumentou 68%, ultrapassando o da Amazônia, hoje considerada a maior vitrine da política ambiental do Brasil. A região mais crítica é a de Matopiba, que é a fronteira agrícola formada pelos estados do Maranhão, Piauí, Bahia e Tocantins, conhecida pela extensa produção de soja.
Sem tirar a importância do trabalho feito pelo atual governo para recuperar a Amazônia, o Cerrado também precisa de atenção. Não por motivo, nesta quarta-feira, dia do bioma, a ONG Sou Cerrado patrocinou a iluminação dos monumentos, com apoio do Instituto Chico Mendes, Agência ACUCA, Rede Cerrado, ISPN, Instituto Alok e Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor. Uma forma de chamar a atenção e dar mais popularidade à região.
“Esperamos que, ao iluminar monumentos nacionalmente conhecidos, consigamos alertar de forma mais eficiente a luta contra a destruição do meio ambiente”, diz Laura Bergamo, coordenadora de comunicação do Sou Cerrado. “Proteger o Cerrado é proteger a nossa própria existência”, diz Ivan Diniz, coordenador operacional da Rede Contra Fogo, ONG de Brigadas Voluntárias da Chapada dos Veadeiros. Ele chama atenção não apenas para o bioma, mas para os povos da região, comunidades tradicionais, que precisam do apoio de políticas de desenvolvimento sustentável, respeitem os direitos das comunidades tradicionais, promovam o desmatamento zero e incentivem práticas agroecológicas.