Obama cobra responsabilidade do Brasil em discurso na COP26
Ex-presidente afirmou que grandes nações poluidoras como China, Rússia e Brasil não podem ficar à margem; Bolsonaro, Xi Jinping e Putin não foram a Glasgow

O ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama discursou nesta segunda-feira, 8, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26) e criticou a ausência de presidentes de algumas nações que mais poluem no mundo, como China, Rússia e Brasil.
“Foi particularmente desanimador ver os líderes de dois dos maiores emissores do mundo, China e Rússia, se recusarem a sequer comparecer aos seus eventos, além de manter planos nacionais que parecem refletir uma perigosa falta de urgência”, disse Obama. “Isso é uma vergonha. Precisamos de economias avançadas como os Estados Unidos e a Europa liderando nessa questão. Mas também precisamos da Índia, China, Rússia, África do Sul, Indonésia e Brasil”, completou.
O Brasil é um dos maiores emissores de gases poluentes e vem recebendo uma série de críticas internacionais devido ao acelerado desmatamento da floresta amazônica na última década, fazendo com que a quantidade de CO2 emitida seja maior do que a sua capacidade de absorção.
A exemplo de Xi Jinping, presidente da China, e Vladimir Putin, presidente russo, Jair Bolsonaro não compareceu às reuniões da COP26.
Em um discurso de aproximadamente 45 minutos, o ex-presidente americano afirmou que os Estados Unidos estão de volta às negociações após quatro anos de ausência e estimulou os jovens a terem esperança diante do cinismo e desespero atual. Obama criticou também o seu sucessor Donald Trump e o Partido Republicano por sua relativa desatenção a um problema existencial.
“Não fiquei feliz quando meu sucessor decidiu se retirar do Acordo de Paris logo em seu primeiro ano do cargo. Apesar da hostilidade da Casa Branca, a determinação de nossos governantes estaduais e locais somada às regulamentações implementadas em meu governo fizeram com que o nosso país seguisse em frente”, disse, completando que os americanos ainda têm um longo trabalho a se fazer.
Direcionando-se aos jovens que têm protestado em Glasgow, Obama os encorajou a “ficar com raiva”, porém alertou que para persuadir os chefes de Estado e empresários responsáveis pelas tomadas de decisão é preciso mais do que incômodo.
Natural do Havaí, Barack Obama falou sobre ser “um garoto da ilha” e se reuniu com representantes de nações insulares como Fiji, Granada e Ilhas Marshall, além de discursar para membros da High Ambition Coalition, grupo informal cujos membros defendem medidas mais agressivas do que as acordadas em Paris.
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