O mundo quer mesmo frear o aquecimento global?
No último dia das discussões da COP 29, países desenvolvidos se comprometem em dar apenas um quinto do valor para cumprir as metas do Acordo de Paris até 2035
Até a última quinta-feira, os países presentes na 29ª Conferência do Clima da ONU (COP-29), no Azerbaijão, tentavam fechar o recurso destinado pelos países mais desenvolvidos a frear o aquecimento global, em US$ 1,3 trilhão. Trata-se de um recurso importante usado para promover a chamada justiça climática, onde países que poluem muito passam a investir em regiões do globo com populações mais vulneráveis e, portanto, mais expostos aos eventos extremos como enchentes, furacões e calor intenso. Além de mitigar os estragos, esse dinheiro tem o objetivo de ajudar no controle da devastação ambiental, entre outras frentes, que ajudam a diminuir a emissão de gases do efeito estufa. Nesta sexta-feira, 23, último dia das discussões, no entanto, o texto aprovado pelos países participantes do evento é um quinto menor do esperado: US$ 250 milhões.
Vale dizer que esse é o montante que vai financiar ações nos próximos dez anos. O documento destaca a necessidade de US$ 1,3 trilhão, mas aprova apenas US0 milhões. Durante a semana, houve várias manobras para tentar engrossar o grupo dos países pagadores. Entre elas, a possibilidade de promover a China à nação desenvolvida. Atualmente, ela é considerada “em desenvolvimento”. Pela regra, os mais ricos pagam e os pobres recebem. A principal missão dessa COP era justamente fechar um acordo financeiro mais significativo, uma vez que o tempo para impedir que a temperatura global ultrapasse 1,5ºC está se esgotando. Mas pelo jeito, ambientalista volta para casa com um gosto de decepção na boca e a certeza que o mundo ainda não acredita nos prejuízos do aquecimento global.
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