Na maior reforma urbana em 150 anos, Londres faz revolução verde nas ruas
Remodelação de ruas vai reduzir espaço para carros e expandir áreas para pedestres, criar novas ciclovias e plantar milhares de árvores

A cidade de Londres empreende em sua região central uma das maiores reformas urbanas que a cidade enfrenta em 150 anos.
O objetivo, afirma a prefeitura, é deixar a capital britânica mais sustentável e amigável a seus habitantes.
Durante o século 20, o Distrito Financeiro foi redesenhado para dar conta do intenso tráfego de veículos particulares, táxis e caminhões de carga.
Agora, os engenheiros urbanos trabalham fazer justamente o inverso. A ideia é reduzir o tamanho das faixas de rolamento para alargar as calçadas de pedestres, criar novas ciclovias e áreas verdes, como praças e jardins.
Urbanistas envolvidos na reforma afirmam que a melhoria dos espaços terá impacto profundo na qualidade de vida geral.
E que servirá para trazer de volta aos escritórios milhares de funcionários que estão em home office desde a pandemia.
A estratégia também visa encorajar um aumento de 50% no regresso de trabalhadores ao escritório, um aumento de 50% no número de visitas a destinos históricos e culturais e um aumento de 25% na utilização de espaços públicos.

Empreendidos há quase duas décadas por sucessivos governos, os esforços para restringir a circulação de carros e incentivar o uso de transporte público deu resultado.
Hoje, 97% das viagens que os 615.000 trabalhadores da cidade fazem diariamente são realizados através de transportes públicos, bicicleta ou a pé. públicos, de bicicleta ou a pé.
Como resultado, as bicicletas ultrapassaram os carros e os táxis como meio de transporte local mais popular pela primeira vez em 2023.
A estratégia de transportes da cidade quer ir ainda mais longe, reduzindo o tráfego de veículos motorizados para 50% dos níveis de 2017 até 2044.

A reurbanização de Londres promete investir 5 bilhões de libras, cerca de 31 bilhões de reais, para dotar a região com os modernos conceitos de sustentabilidade.
“O revigoramento do Fleet Street tem potencial de transformar uma parte essencial e histórica de Londres, criando um destino dinâmico de trabalho, cultura e visitação 24 horas por dia, 7 dias por semana”, afirma Ian Mulcahey, diretor do escritório de urbanismo Gensler, responsável pela concepção do projeto.
As intervenções já surtem os primeiros resultados. Em novembro, uma pesquisa da consultoria Deloitte revelou que nos últimos seis meses houve o maior volume de abertura de novos escritórios em Londres das últimas duas décadas.
