Menos de 10% dos plásticos globais são fabricados a partir de materiais reciclados
Estudo revela estatísticas alarmantes sobre a cadeia global de suprimentos

Um estudo publicado na Communications Earth & Environment revelou estatísticas alarmantes sobre a cadeia global de suprimentos de plástico. Apesar da produção mundial atingir 400 milhões de toneladas anualmente, apenas 9% da produção primária está sendo reciclada, evidenciando uma crise ambiental urgente.
Liderada pelo pesquisador Quanyin Tan e colegas, a análise mapeou a dinâmica complexa da produção, consumo, comércio e descarte de plástico em escala global, expondo disparidades regionais significativas e desafios de sustentabilidade. A pesquisa mostra que 98% dos 362 milhões de toneladas de plástico virgem produzidos em 2022 foram derivados de combustíveis fósseis, com carvão (44%) e petróleo (40%) atuando como fontes primárias. Essa forte dependência de recursos não renováveis agrava as preocupações ambientais associadas aos processos de extração, produção e descarte.
Dos 268 milhões de toneladas de resíduos plásticos descartados em 2022, apenas 27,9% foram separados para potencial reciclagem. A maior parte foi enviada diretamente para aterros sanitários (36,2%) ou incineradores (22,2%). Mesmo entre os plásticos coletados para reciclagem, apenas metade foi efetivamente reciclada, enquanto 41% foram incinerados e 8,4% acabaram em aterros sanitários.
No entanto, a porcentagem total de resíduos plásticos globais enviados para aterros sanitários em 2022 (40%) representa uma redução significativa em comparação com os 79% estimados entre 1950 e 2015. A China domina o cenário global do plástico, respondendo por 40% da fabricação final de produtos plásticos em todo o mundo. Em termos de consumo, os Estados Unidos lideram com o maior consumo per capita, com 216 kg por pessoa anualmente, enquanto a China consome o maior volume total, com 80 milhões de toneladas por ano.
As práticas de gestão de resíduos variam consideravelmente de acordo com a região. A China apresenta uma alta taxa de incineração (60%) e baixa taxa de aterro sanitário (14%), enquanto os Estados Unidos ainda dependem fortemente de aterros sanitários (76%) com reciclagem mínima (5%).
Em 2022, o comércio global de plástico atingiu 436,66 milhões de toneladas, incluindo matérias-primas, aditivos, produtos intermediários e finais e resíduos. Notavelmente, os países desenvolvidos, particularmente os da UE28, emergiram como importadores líquidos de resíduos e sucata plástica, respondendo por 52% das importações globais.
Caminho a Seguir
Os pesquisadores enfatizam que esta análise detalhada fornece dados essenciais para o desenvolvimento de políticas e regulamentações mais eficazes. Compreender os fluxos e estoques de plástico é crucial para promover a gestão sustentável de recursos, reduzir a poluição e avançar em direção a uma economia circular.
As descobertas ressaltam a necessidade urgente de aumentar as taxas globais de reciclagem, aprimorar a infraestrutura de gestão de resíduos e reduzir a dependência de matérias-primas fósseis na produção de plástico. A implementação dos princípios da economia circular — reutilização, redução, reciclagem e restauração — surge como uma estratégia fundamental para mitigar o impacto ambiental do plástico e construir um futuro mais sustentável.