Mesmo em um litoral muito urbanizado e nada preservado, a Baixada Santista, no litoral paulista, recebeu uma visita inusitada: dois lobos-marinhos-subantárticos (popularmente chamados de lobos-marinhos de peito branco). Com jeito bem bonachão, esses mamíferos poderiam ser confundido com focas, se não fossem os longos e macios pelos cinzas. Além disso, também guardam outras diferenças, como as orelhas na forma de abas, foram o tamanho mais avantajado. Possuem um corpanzil de 300 quilos, que, uma vez no solo, se movimenta com calma e tranquilidade com o apoio dos membros anteriores. Raramente eles aportam por essas bandas. O último da espécie que, se tem notícia, apareceu em uma praia vizinha da região, no município de Itanhaém, há três anos.
Esses novos visitantes chegaram em locais diferentes da Baixada Santista. Eles estacionaram em cidades diferentes, um em Mongaguá e outro na Praia Grande, mas em praias próximas, separadas por seis quilômetros de distância. A presença deles virou atração da região, mas os turistas são orientados a observá-los de longe. Evitar a aproximação dos curiosos faz parte de um protocolo seguido pelo Instituto Biopesca, que controla ambientalmente as praias da Bacia de Santos, em um projeto estruturado pela Petrobras. A ideia é preservar o silêncio e o sossego da dupla para evitar que sofram ainda mais estresse do que já passaram ao longo da travessia. Além disso, o barulho e o tumulto poderiam assustá-los e isso os levaria de volta ao mar, mesmo que estivessem cansados ou doentes, segundo os pesquisadores, colocando-os em risco. Conheça um desses visitantes no vídeo abaixo feito por Isabella Boaventura, do Instituto Biopesca.
[videopress GsLKlYaH]
Os lobos-marinhos vieram de longe, das ilhas oceânicas, localizadas no entorno da Antártida. Nesta época, eles costumam migrar para buscar alimentação e para isso são capazes de nadar quase dois mil quilômetros mar a dentro. No inverno as fêmeas ficam até 28 dias nas águas para conseguir recursos. os machos também só se distanciam do habitat natural nessa época. Durante o verão, ficam a maior parte do tempo no mar e quando estão na terra em colônias ociosas só de machos.
Monitorados 24 horas por dia
Os pesquisadores da Biopesca estão se revesando no monitoramento dos mamíferos, pois além de garantir a segurança dos mesmos, havia uma preocupação que estivessem machucados. Caso algum problema de saúde fosse detectado, eles seriam prontamente resgatados. Depois de quase dois dias de observação à distância, que incluiu vídeos e fotos, o Instituto Biopesca afirma que os dois lobos-marinhos estão bem. Ao que parece, pararam na costa estrategicamente para recuperar o fôlego e depois seguir viagem.