La Ninã virá só em outubro de 2025
Instituto brasileiro de análise e processamento de imagens de satélite contraria análise do NOOA, que espera fenômeno para dezembro deste ano
Havia uma grande expectativa da chegada do La Niña ainda neste ano. Mas o fenômeno de resfriamento das águas do Oceano Pacífico, que alteram as precipitações e temperatura ao redor do planeta, ainda não veio. E nem deve vir tão cedo. Ele é esperado para outubro do ano que vem, de acordo com Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélite (Lapis). Desde junho a região central do Pacífico se encontra em condições de neutralidade, sem indícios de formações que levem ao aquecimento (El Niño) ou resfriamento (La Niña). Esses eventos climáticos, quando acontecem, causam variações de 0,5°C para cima e para baixo respectivamente.
Previsões do órgão americano National Oceanic and Atmospheric Administration (NOOA) indicavam inicialmente a chegada no La Niña em agosto, o que não aconteceu. Depois, os cálculos foram refeitos para dezembro, mas com observações de que se ocorresse, seria fraco. “Não há consistência para que o fenômeno se estabeleça”, diz Humberto Barbosa, fundador do Lapis. “É necessário que as águas do Pacífico fiquem mais frias que o normal pelo menos três meses consecutivos, mas isso ainda não ocorreu.”
A última vez que o Brasil teve um verão mais frio do que a média foi em 2013-2014, quando a temperatura média ficou quase um grau abaixo dos valores típicos. O verão mais frio registrado no semiárido brasileiro aconteceu entre 1978-1979.
Como o La Niña influencia o clima
O evento causa chuvas volumosas e intensas no Sul e Sudeste da Ásia, com a intensificação da força das monções (ventos quentes e úmidos). Aumento das temperaturas na porção sul da América do Norte e queda das temperaturas no norte com aumento da umidade do ar. No Brasil, a probabilidade é de aumentar as chuvas no Norte e Nordeste e provocar seca e calor intenso no Sul do país.
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