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Jumentos correm risco de extinção

Abate desenfreado e maus tratos crescem devido a alta de 160% da demanda pela pele do animal para produção de gelatina

Por Valéria França Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 jul 2025, 20h18 - Publicado em 1 jul 2025, 20h10

A fama do jumento é secular. Sua domesticação ocorreu há cerca de 7 mil anos, quando se transformou em um excelente auxiliar do trabalho rural, principalmente no nordeste brasileiro. Segundo a tradição cristã, o animal carregou Jesus Cristo na entrada em Jerusalém, uma semana antes da crucificação. Mas esse animal orelhudo e tão simpático está em risco de extinção. Segundo a Frente Nacional de Defesa dos Jumentos, de 1996 a 2025, o Brasil perdeu 94% de seu rebanho de asininos, que são os burros, bestas e jumentos.

Em 2024, um relatório da The Donkey Sanctuary, organização internacional voltada à proteção desses animais, mostrou que a demanda por pele de jumentos cresceu 160% de 2016 a 2021. Este aumento se deve, principalmente, ao costume chinês de consumir uma gelatina medicinal, conhecida como eijao, que é um remédio preparado com a pele dos jumentos. Em 2021, a produção do medicamento foi responsável pelo abate de 5,6 milhões animais.

No fim do mês, especialistas se reuniram em Maceió para debater formas de preservação, no 3º Workshop Jumentos do Brasil. A preocupação não é nova. Em 2021, um estudo publicado na Revista Brasileira de Pesquisa Veterinária e Ciência Animal, da Universidade de São Paulo (USP), alertou que o Brasil não tem fazendas de reprodução de jumentos e que, no atual ritmo de abate, a população local entraria em extinção.

estimativa é de contínuo aumento de demanda. A projeção é  6,8 milhões de jumentos abatido em 2027. O comércio, segundo a Donkey Sanctuary, ameaça não apenas o rebanho no Brasil, mas de todo o mundo. “A situação é assustadora”, resumiu o professor do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal da USP Adroaldo Zanella, durante o evento de Maceió. “É uma questão que provoca preocupações no mundo inteiro.”

Estudo publicado em março deste ano por pesquisadores brasileiros, no periódico Animals, constatou que o abate para atender à demanda chinesa não só coloca em risco a existência dos jumentos no Brasil como também apresenta situação de prejuízo ao bem-estar destes animais. Existe uma cadeia nacional de produção de jumentos, que a atividade de criação e abate é dominada pelo abuso dos animais. Pesquisa realizada com mais de 100 asininos constatou que eles apresentam sinais de abandono, má-nutrição e maus tratos.

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(com Agência Brasil)

Leia:

+https://veja.abril.com.br/mundo/um-quarto-dos-animais-de-agua-doce-esta-ameacado-de-extincao-diz-estudo/

+https://veja.abril.com.br/coluna/almanaque-de-curiosidades/maior-ninhada-do-seculo-traz-esperanca-para-especie-em-risco-de-extincao/

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