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Hidrogênio verde cresce na agenda nacional como aposta para energia

Combustível produzido de forma sustentável é uma oportunidade para o Brasil ocupar lugar de destaque no mercado global

Por Jennifer Ann Thomas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 jul 2022, 17h27 - Publicado em 6 jul 2022, 13h27
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  • Globalmente, o setor de energia é o responsável pela maior fatia de emissões de gases de efeito estufa: 73,2% das emissões no mundo estão relacionadas a eletricidade, geração de calor e transporte. No Brasil, pela matriz energética majoritariamente renovável por causa das usinas hidrelétricas, o setor representa 18,2% das emissões brutas.

    Uma das apostas do mercado internacional para reduzir as emissões vinculadas ao setor de energia é o hidrogênio verde. Na Europa, o combustível é considerado uma peça-chave para garantir a segurança energética dos países do bloco europeu.

    De acordo com a consultoria McKinsey, o Brasil pode se tornar um dos líderes mundiais na produção de hidrogênio verde. A posição de vantagem se dá por causa do “potencial de energia eólica e solar abundante, um sistema elétrico integrado e de baixo carbono e uma posição geográfica vantajosa para alcançar a Europa e a costa leste norte-americana, além de uma relevante indústria doméstica”.

    Segundo dados da McKinsey, o potencial é de 15 bilhões a 20 bilhões de dólares em 2040, com a maior parte desse potencial, entre 10 bilhões e 12 bilhões de dólares, para o mercado doméstico, principalmente no transporte de carga por caminhões, a siderurgia e outros usos energéticos industriais. Até 6 bilhões de dólares devem vir das exportações de derivados de hidrogênio verde para a Europa e Estados Unidos, já que o custo do Brasil nessas regiões será competitivo frente ao produto de outros países.

    Ao mesmo tempo, para viabilizar esse cenário, a consultoria destaca que o hidrogênio verde precisará de 200 bilhões de dólares em investimentos, incluindo 180 GW de capacidade de geração de eletricidade renovável adicional.

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    No início de julho, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciou um programa de financiamento para a produção de hidrogênio no Brasil. O banco vai usar recursos do Fundo Clima e investirá 300 milhões de reais em créditos para o desenvolvimento de projetos que estimulem o hidrogênio verde no país.

    O hidrogênio é um dos elementos químicos em maior abundância na natureza. Contudo, ele não é encontrado de uma forma natural e disponível para ser usado como combustível. Por isso, o hidrogênio precisa ser produzido a partir de processos que quebram as moléculas que contêm hidrogênio, como a da água, por exemplo.

    Esse processo é o que determina se o hidrogênio será, de fato, sustentável ou não. No caso do hidrogênio verde, ele é produzido com energia eólica, solar e água a partir da eletrólise. Enquanto as matrizes forem renováveis, o hidrogênio será uma fonte de energia limpa. 

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    Em junho, durante o Simpósio Global sobre Soluções Sustentáveis em Água e Energia realizado em Foz do Iguaçu, o presidente da Associação Brasileira de Hidrogênio (ABH2), Paulo Emílio Valadão, afirmou que o mercado está crescendo no Brasil.

    “Há um ano tínhamos apenas sete empresas associadas. Hoje temos 43, e outras oito em processo de associação. Isso mostra o interesse nessa área, com possibilidades muito interessantes do ponto de vista ambiental e de saúde da população”, disse. 

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