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Estudo identifica que um quarto das áreas do mundo, com potencial de restauração natural, está no Brasil

O total de terras disponíveis corresponde a um estado da Bahia, mas somadas as outras regiões do globo com as mesmas características, daria o tamanho do México

Por Valéria França Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 31 out 2024, 16h54 - Publicado em 31 out 2024, 01h29

É um alívio saber que apesar de existirem regiões no Brasil –e no mundo –devastadas, elas ainda possuem alto potencial de regeneração natural. Essa é uma das técnicas mais baratas de restauração da biodiversidade e, portanto, mais acessíveis aos países que possuem esse estoque. No território nacional, o total de glebas disponíveis para esse fim equivale a um estado da Bahia, mas é apenas um quarto da fatia de todas as áreas com essa vocação espalhadas no globo. O levantamento faz parte de um estudo profundo sobre o potencial natural de regeneração de regiões tropicais, publicado nesta quarta-feira, 30, na revista científica Nature.

“Plantar árvores em terras degradadas exige um orçamento alto”, diz a autora do estudo Brook Willians, da Universidade de Tecnologia de Queensland, na Austrália, que contou com a ajuda de 19 cientistas. O processo de regeneração natural é uma técnica mista, de plantio ativo e passivo, que exige intervenções para eliminar barreiras e ameaças, como plantas invasoras, e assim garantir o crescimento da vegetação nativa. Além do Brasil, México, Indonésia, China e Colômbia possuem regiões de florestas devastadas com potencial de restauração natural.

O estudo não se resume ao levantamento geográfico, o que já seria muito, mas também apresenta a análise do impacto nas estratégias que miram atingir as metas do Acordo de Paris, que limita o aquecimento em 1,5 graus. Uma vez restauradas, essas áreas em todo o planeta poderiam sequestrar até 23 gigas toneladas de carbono apenas na biomassa acima do solo ao longo de 30 anos – quase metade das emissões anuais de gases de efeito estufa do mundo e o equivalente a mais de três anos de remoções brutas de carbono por florestas tropicais e subtropicais primárias e secundárias globalmente.

O impacto seria ainda maior. Na avaliação da Conservação Internacional Brasil (CIB), entidade que promove a preservação com políticas e parcerias, o estudo não considera o potencial de sequestro de carbono pela biomassa subterrânea –por ano, algo em torno a uma giga tonelada.

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+ https://veja.abril.com.br/agenda-verde/estudo-alerta-que-bem-estar-da-humanidade-esta-sob-ameacas-recordes/#google_vignette

 

 

Estudos mostram que soluções baseadas na conservação, proteção e restauração têm a capacidade de mitigar em até 30% o aquecimento global. Os esforços nesse sentido muitas vezes precisam da participação da iniciativa privada. Essa semana, a Timberland Investiment Group, uma das maiores gestoras de investimentos florestais, do banco BTG Pactual, anunciou parceria com a CIB para projetos de reflorestamento na América Latina. A empresa tem o objetivo de comprar terras devastadas para restabelecê-las. E agora com a publicação do estudo de Brook, já tem o mapa de onde pode começas a procurar.

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