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COP30 apresenta o roteiro para os próximos passos das ações climáticas

Relatório destaca que o mundo vive uma oportunidade sem precedentes de crescimento sustentável e inclusivo: as ações precisam ser aceleradas

Por Valéria França Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 nov 2025, 16h28 - Publicado em 5 nov 2025, 13h33

A presidência da COP30, Andrea Correa do Lago, apresentou nesta quarta-feira, 5, o Road Map da conferência. Trata-se de um documento comum a todas as conferências, independentemente do local que aconteça, com o objetivo de definir um roteiro com os passos, prazos e metas para que os países implementem, entre uma conferência e outra, as decisões adotadas nas negociações climáticas. Ele orienta como e quando cada ação deve ocorrer, incluindo metas de redução de emissões, financiamento climático, atualização das NDCs e mecanismos de monitoramento. Em essência, é o guia prático, com 81 páginas, que garante a execução e o acompanhamento dos compromissos globais assumidos no combate à crise climática.

Intitulado “Roteiro de Baku a Belém para 1,3 trilhão”, o documento nasce de uma lição clara: quando a ciência alerta, a humanidade precisa agir. O relatório aponta que a humanidade aprendeu com a pandemia de COVID-19. A epidemia mostrou que, diante de uma crise, o mundo pode mobilizar recursos rapidamente — mais de US$ 1,3 trilhão foram liberados em poucos meses para proteger vidas e economias. Agora, com o planeta diante de uma emergência climática, a mesma capacidade de cooperação pode e deve ser usada para responder à crise do clima de forma justa, equitativa e solidária. “O impossível pode acontecer”, disse ele durante coletiva com a imprensa.

Diversos relatórios de alto nível elaborados no âmbito desse processo ao longo dos anos analisaram os possíveis instrumentos, canais e mecanismos para expandir o financiamento climático destinado aos países em desenvolvimento, provenientes de todas as fontes, e apresentaram recomendações e estruturas de ação a serem implementadas. “Embora já tenhamos estado nesse ponto antes, vale destacar o que torna este momento diferente”, pontuou Lago. Depois de dez anos do Acordo de Paris, o aquecimento do mundo é uma realidade, assim como as mudanças climáticas. O mundo vive um estado de emergência e as repostas precisam ser mais ágeis do que nunca.
Com base no Pacto de Unidade Climática de Baku (COP29) e na consolidação do Acordo de Paris, o roteiro propõe uma transição do foco em negociações para a entrega coordenada de ações concretas.

O plano mostra que a transição climática global já está em curso — com a rápida expansão das energias limpas, o avanço das soluções baseadas na natureza e a inovação de baixo carbono transformando economias e sociedades. O objetivo é acelerar a implementação do Acordo de Paris, canalizando US$ 1,3 trilhão anuais até 2035 por meio de cinco eixos financeiros: reabastecer, reequilibrar, redirecionar, reformar e reconfigurar, transformando alertas científicos em cooperação efetiva e resultados tangíveis.

CATALIZADOR PARA NOVA FASE
O roteiro busca ser um catalisador para a nova fase da ação climática, mostrando que os recursos existem e que o momento de agir é agora. Ele defende que o financiamento climático é tanto um seguro planetário, quanto um investimento inteligente em um futuro sustentável, com retornos em empregos, inovação e estabilidade. Com a meta de mobilizar pelo menos US$ 1,3 trilhão anuais até 2035, o plano pretende impulsionar NDCs, Planos Nacionais de Adaptação e o Balanço Global, guiando a humanidade rumo a uma transformação real — de promessas à implementação — em uma década decisiva de cooperação e prosperidade em harmonia com o planeta.

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O Relatório de Desigualdade Climática 2023 e o IPCC mostram que as emissões de carbono estão distribuídas de forma extremamente desigual: os 10% mais ricos da população mundial são responsáveis por quase metade de todas as emissões de gases de efeito estufa. O desequilíbrio ocorre dentro e entre países — há grandes emissores em nações de baixa renda e cidadãos de baixa emissão em países ricos. Assim, além de uma questão de justiça climática, há também um ponto de eficiência: reduzir emissões entre os maiores emissores seria mais rápido e eficaz.

Apesar dos desafios, o relatório destaca que o mundo vive uma oportunidade sem precedentes de crescimento sustentável e inclusivo. A transição para energia limpa — hoje a mais barata em muitas regiões —, aliada a investimentos em adaptação, restauração da natureza e saúde, pode gerar retornos econômicos significativos, reduzir perdas e criar empregos. O texto defende que a ação climática deve ser vista não como custo, mas como estratégia de prosperidade de longo prazo, essencial para estabilidade econômica e social.

A urgência da situação, os avanços tecnológicos e o amadurecimento do Acordo de Paris tornam o momento atual decisivo. O texto argumenta que o mundo precisa de um novo roteiro de financiamento climático, capaz de mobilizar capital em escala sem precedentes — pelo menos US$ 1,3 trilhão por ano até 2035 — para apoiar países em desenvolvimento. No entanto, as atuais condições econômicas, as altas taxas de juros e a fuga de capitais para países ricos criam grandes obstáculos, aprofundando desigualdades e limitando a capacidade de resposta das economias mais vulneráveis.
O documento propõe mecanismos inovadores de financiamento para reverter esse cenário, como precificação de carbono, taxação sobre setores poluentes, redirecionamento de subsídios fósseis e maior participação de bancos multilaterais. Também defende o fortalecimento de fundos climáticos e instrumentos de proteção contra perdas e danos, especialmente para países menos desenvolvidos e pequenos Estados insulares. O objetivo é alinhar o fluxo de capitais globais às metas de mitigação e adaptação, promovendo uma transição justa, equitativa e sustentável.

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