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Como as mudanças climáticas podem aumentar as erupções vulcânicas

Pesquisas recentes aprofundam esse cenário na Islândia e indicam que o fenômeno pode se repetir em diferentes regiões do planeta

Por Ernesto Neves Atualizado em 23 out 2025, 12h13 - Publicado em 23 out 2025, 11h45

O recuo acelerado das geleiras pode estar desencadeando uma reação explosiva no subsolo: o aumento da atividade vulcânica.

No centro dessa hipótese está a observação de que a diminuição da massa de gelo altera a pressão exercida sobre a crosta terrestre e, consequentemente, favorece o surgimento de magma.

Pesquisas recentes aprofundam esse cenário na Islândia e indicam que o fenômeno pode se repetir em diferentes regiões do planeta.

Na Islândia, a combinação geológica é singular: o país repousa sobre a dorsal mesoatlântica, fronteira entre placas tectônicas onde o magma sobe com facilidade, e possui dezenas de vulcões ativos, muitos deles cobertos por camadas de gelo.

Segundo modelagens climáticas, a maior parte das geleiras pode desaparecer em poucas centenas de anos.

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Quando o gelo recua, ele alivia a enorme pressão exercida sobre as rochas abaixo. Esse alívio permite que o ponto de fusão das rochas diminua, facilitando a formação de magma.

Em muitos casos, o solo mesmo se eleva e, em algumas zonas da Islândia, o levantamento tem sido de 2 a 3 cm por ano. 

Dados geofísicos recentes indicam que esse processo já pode estar em curso: sob vulcões como o Askja, por exemplo, foram detectados sinais de “inchaço” (inflation) que sugerem acúmulo de magma.

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Ainda que não haja previsão exata de erupção, os cientistas alertam que esse tipo de indicador exige atenção. 

Esse padrão, gelo derretendo, pressão caindo, magma ascendendo, não se limita à Islândia. Em estudo recente sobre seis vulcões no sul do Chile, foi constatado que, após retirada de geleiras, a probabilidade de erupção aumentou e o estilo das erupções se tornou mais explosivo.

Estima-se que cerca de 245 vulcões em todo o mundo estejam sob ou próximos de massas de gelo e, portanto, em maior risco. 

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Diante desse panorama, surge o alerta de que a emergência climática pode ter uma ramificação pouco discutida: a instabilidade geológica.

O derretimento das geleiras libera não apenas água, mas também estabilidade geofísica. Em regiões densamente povoadas próximas a vulcões, como a Cordilheira dos Andes, isso traz implicações concretas para abastecimento de água, risco de deslizamentos ou fluxos lamacentos e evacuações.

Por fim, ainda que não se possa afirmar que toda erupção seja diretamente causada pelo aquecimento global, a comunidade científica concorda que o fator do degelo cria condições mais propícias para a atividade vulcânica  e que este é um tema que exige monitoramento rigoroso.

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