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Cientistas alertam: Abrolhos tem áreas críticas desprotegidas

Estudo aponta que Brasil precisa avançar na proteção efetiva de áreas marinhas com espécies representativas

Por Valéria França Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jun 2025, 21h58 - Publicado em 30 jun 2025, 21h22

Berçário de baleias jubarte e reserva do maior banco de corais do Atlântico Sul, Abrolhos, no sul da Bahia, está dentro de um parque nacional marinho, criado para a proteção da região em 1982. Mesmo assim o arquipélago enfrenta muitos desafios. Em 2022, perdeu a chamada área de amortecimento, faixa no entorno das unidades de conservação, usada para diminuir o impacto da poluição. Outro fator preocupante é o aquecimento global e a acidificação dos oceanos. Recentemente, um estudo publicado na revista Ocean and Coastal Research, da Universidade de São Paulo (USP), alertou para o fato de quatro habitats marinhos de extrema importância para peixes, recifes e espécies migratórias estão totalmente desprotegidos.

Entre eles, os bancos de rodolitos, estruturas esféricas e irregulares, que se acumulam no fundo do mar. Conhecidos como rochas vivas, devido às características físicas e a importância na manutenção da biodiversidade marinha, essas estruturas se destacam por conectar recifes costeiros rasos a outros mesofóticos, formados por esponjas, corais e algas. Abrolhos é refúgio para diversas espécies recifais, como peixes-cirurgião, garoupas e budiões. “O arquipélago tem o maior banco de rodolitos conhecido mundialmente”, disse, à Veja, um dos autores do levantamento, Guilherme Fraga Dutra. Apesar disso, 96% das rochas vivas estão fora da área dos limites do parque de Abrolhos. “Essa falta de proteção afeta a vida marinha de todo arquipélago”.

Outro ambiente vulnerável são as buracas, depressões em forma de taça, com profundidades que variam entre 25 e 65 metros. Elas funcionam como reatores naturais de matérias orgânicas. São formações exclusivas do arquipélago e não possuem nenhuma segurança ambiental. Em escala global, 85% das espécies marinhas têm menos de 10% de sua área de distribuição dentro dos limites de proteção ambiental.

O Brasil tem hoje apenas 26% de seu território marinho em áreas protegidas. De acordo com a meta 30×30, inciativa que pretende proteger até 30% do território marinho no final dos próximos cinco anos, mas com representatividade das espécies e efetividade de conservação . “E é nesse sentido que o Brasil precisa avançar”, disse Dutra. “Nosso trabalho vem medir o quanto estamos longe dessa representatividade nacionalmente até mesmo na região de Abrolhos.”

Leia:

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+https://veja.abril.com.br/ciencia/mariana-e-vazamento-de-oleo-duas-tragedias-se-encontram-em-abrolhos/

+https://veja.abril.com.br/agenda-verde/cresce-a-pressao-por-medidas-para-evitar-colisoes-entre-navios-e-baleias/

 

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