Brasil em chamas: país tem ar insalubre em nove estados e no DF
Fumaça de incêndios vêm provocando alta de problemas respiratórios e de atendimentos nos hospitais do país
A crise ambiental causada por incêndios fora de controle em todo o território do Brasil deixou a atmosfera insalubre em nove estados e no Distrito Federal nesta segunda-feira (26), segundo levantamento feito pelo empresa IQAir, da Suíça.
De acordo com os dados da IQAir, a qualidade do ar é descrita como “unhealthy” (insalubre) no Amazonas, Acre, Rondônia, Pará, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal.
Pela tabela da Cetesb, agência do governo do Estado de São Paulo responsável pelo controle, fiscalização, monitoramento e licenciamento de atividades geradoras de poluição, a qualidade do ar é boa com índices de 0 a 40, moderada de 41 a 80, ruim de 81 a 120, muito ruim de 121 a 200 e péssima acima de 200.
Em Brasília, os índices de qualidade do ar medidos estão entre 150 e 180, o que significa péssima qualidade do ar, pela grande presença de material particulado (MP2.5 e MP10) em suspensão na atmosfera.
O levantamento mostra ainda que a situação é particularmente grave no estado de Rondônia, onde os índices estão acima de 200. Ou seja, é considerado péssimo, devido à grande quantidade de fumaça com material particulado por queimadas.
Rondônia se localiza no chamado de arco do desmatamento, fronteira agrícola localizada no sul da Floresta Amazônica.
Em Rio Branco, no Acre, as medições apontam índices de 180 ou mais, o que configura péssima qualidade do ar.
A piora da qualidade do ar teve início na última semana e tem como explicação a fumaça que se origina de múltiplos incêndios florestais na Amazônia, Pantanal, interior de São Paulo e em países vizinhos, como a Bolívia.
Com o avanço de uma frente fria pelo Sudeste ao longo do fim de semana, a fumaça acabou empurrada para o sul de Minas Gerais, Goiás e o Distrito Federal, cobrindo o Plano Piloto de fuligem. No aeroporto de Goiânia, houve atrasos e cancelamentos de voos.
Já no interior de São Paulo, a fuligem tóxica desencadeou problemas respiratórios, levando à alta nos atendimentos nas unidades de saúde. Na rede pública, houve aumento de 60% na procura por médicos.