Os impactos da enxaqueca – para o corpo e para o país
Em outubro de 1988, VEJA destacava em sua capa as diversas formas que a dor de cabeça influencia na vida das pessoas. Trinta e seis anos depois, um novo estudo aponta que a doença traz prejuízos bilionários ao Brasil
TBT 19 DE OUTUBRO DE 1988 | “A luz dói, andar dói, qualquer ruído dói, falar dói”, descreve a estudante paulista Ester Priscila Solis Arantes, de 17 anos. “Há cinco anos venho sofrendo e quando tenho crises mais fortes não consigo fazer nada o dia inteiro.”
Entra ano, sai ano e a enxaqueca segue afligindo diversas pessoas, e os sintomas sendo sempre os mesmos, como destacou VEJA em sua capa em 1988.
“As 15 milhões de vítimas da enxaqueca são apenas os alvos mais frequentes de um mal que se manifesta de muitas outras maneiras. Quem nunca teve sequer uma dor de cabeça merece uma menção nos anais da medicina. De maneira regular ou esporádica, o mal atinge pelo menos 90 milhões de brasileiros”, dizia o texto.
O impacto dessa doença é tão amplo que vai além de afetar a qualidade de vida. A enxaqueca pode estar por trás de prejuízos bilionários ao Brasil.
Segundo um novo estudo realizado pelo Instituto WifOR, solicitado pela Fifarma,o impacto socioeconômico da doença caracterizada por dores de cabeça ultrapassa os 800 bilhões de reais, o que corresponde a 142,9 bilhões de dólares.
Esse valor representa quase metade do total das perdas econômicas causadas pela condição em toda a América Latina, somando US$ 304,9 bilhões entre os oito países analisados.
A pesquisa revela que a enxaqueca afeta diretamente a produtividade dos cidadãos, sendo a principal causa de incapacitação entre mulheres. Como cerca de 63% desse público é feminino, a enxaqueca também pode agravar as desigualdades de gênero.
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