
O fenômeno Wagner Moura
Se há quatorze anos o ator brasileiro se consagrava com o Capitão Nascimento, que era ovacionado pelo público quando torturava bandidos, hoje o novo sucesso de bilheteria do ator é questionado. 'Guerra Civil' é de esquerda ou de direita?
TBT | ‘Guerra Civil’: filme com Wagner Moura estreia no topo da bilheteria nos EUA com uma arrecadação de 25,7 milhões de dólares (142,6 milhões de reais na cotação atual) nos primeiros dias em cartaz.
Dirigida por Alex Garland, a trama polêmica que custou 50 milhões de reais e foi produzida pela A24, responsável pelo oscarizado ‘Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo’, coloca o ator brasileiro no centro dos holofotes por sua performance, mais uma vez.
Não foi à toa que Moura se tornou um artista reverenciado mundialmente. Conhecido por seu papel icônico como Capitão Nascimento em ‘Tropa de Elite’, o ator mudou a forma como o público enxergava o Bope, Batalhão de Operações Policiais Especiais da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Sua atuação o levou à capa de VEJA em 10 de novembro de 2010.
“Recordista de público, Tropa de Elite 2 consagra o tenente-coronel Nascimento, vivido por Wagner Moura, como o exemplo do policial honrado com que todos os brasileiros gostariam de contar”, iniciava a reportagem de sete páginas que trazia uma entrevista com o real comandante do Bope, Paulo Henrique Moraes.
“O Nascimento é paradoxal e exagera em seus comportamentos, mas é, acima de tudo, um idealista. E isso atrai a simpatia da população. O Bope virou pop star no Rio”, disse o dono do caveirão.
Se há quatorze anos Capitão Nascimento era ovacionado pelo público quando torturava bandidos, hoje o novo sucesso de bilheteria do ator não apresenta uma identificação tão direta com visões políticas de esquerda ou de direita.
Na produção, que imagina um tenebroso conflito interno entre os americanos por desavenças políticas, os protagonistas interpretam jornalistas que testemunham o desenrolar da guerra que vem deixando um rastro de violência.
‘Guerra Civil’ causou um estranho burburinho nos Estados Unidos entre os republicanos, que representam a direita americana, e os democratas, que esperavam que o filme fosse mais incisivo contra Donald Trump.
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