
Escândalo no INSS não é de hoje
Em 1991, VEJA revelou um caso de corrupção no interior da Previdência Social, que levou à demissão do ministro do Trabalho na era Collor, Antônio Rogério Magri. Mais de 30 anos depois, os holofotes se voltam ao INSS com o afastamento do presidente da instituição, Alessandro Stefanutto
TBT | Em 10 de abril de 1991, VEJA revelou um caso de corrupção no INSS – a usina de marajás e fraudes construída no interior da Previdência Social, que culminou na demissão do ministro do Trabalho na era Collor, Antônio Rogério Magri.
Ao longo da reportagem, VEJA ilustrou os tipos de truques simplórios que eram aplicados contra a Previdência.
“Os mecanismos de controle dos benefícios pagos pela Previdência Social são arcaicos e ineficientes, o que é uma porta aberta a todo o tipo de fraude. Os golpes mais comuns consistem em apresentar documentos falsos para receber um benefício. São golpes antigos, e existem até quadrilhas especializadas na prática desse crime”, dizia o texto ao explicar os golpes envolvendo pensão de mortos, tempo de serviços, falsa invalidez, sonegação, carnês falsos, aposentado falso, causa falsa e até não repassar o recolhimento.
Mais de 30 anos depois, o INSS volta ao centro do escândalo, desta vez no governo Lula.
Na quinta-feira, 23 de abril, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto foi afastado pela Justiça do cargo, na esteira da megaoperação da Polícia Federal deflagrada contra investigados por integrarem um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões.
A PF colocou 700 homens nas ruas na semana passada para cumprir os 200 mandados contra criminosos envolvidos no esquema bilionários de fraudes.
Após a operação, Lula decidiu demitir Stefanutto. Carlos Lupi, o ministro da Previdência, admitiu que sabia de todo imbróglio e confessou que foi alertado por uma conselheira da pasta sobre a farra sindical.
Nesta quarta, 30 de abril, o deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) formalizou o pedido de abertura da CPI do INSS, para investigar os sindicatos envolvidos na fraude bilionária.
Essa novela ainda vai render muitos capítulos e tudo caminha para ser um daqueles escândalos que carimba a ineficiência em combater a corrupção.
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